segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Brendel sobre Beethoven e Liszt


"...Devo dizer que me oponho ao tópico de que Beethoven era introvertido e Liszt extrovertido; gastei uma parte da minha vida para demonstrar que isso está errado. Se se ouvir a grande cadência do primeiro concerto para piano de Beethoven, fica-se convencido de que é a peça mais extrovertida que jamais se ouviu e se, em vez de ter sido composta por Beethoven, o tivesse sido por Liszt, provavelmente, apelidá-la-iamos de imaterial. Pelo contrário, o Liszt tardio é do mais introvertido que se pode encontrar. Mas, nisto, a idade não tem nada a ver. A música tardia de Beethoven nada tinha a ver com isso, pensa-se que só compunha para os santos e os anjos, mas quando escreveu as "Variações Diabelli" estou certo que pensava no público e também na transcendência pianística da sua obra. Assim, para mim, tocar Beethoven ou Liszt basicamente vem dar ao mesmo. ..."
Alfred Brendel, em entrevista de 1998.

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