quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O pastelinho de bacalhau, o copinho de três e as "search words"


Os meus amigos devem lembrar-se de uma cena de um antigo filme português, em que Manuel dos Santos Carvalho (?) e Maria Olguim (?) se dirigem ao balcão de uma honrada taberna (lisboeta?) e dizem para o empregado: "- Queríamos um pastelinho de bacalhau..." E o empregado responde: "- Pastelinho de bacalhau, não temos!" E Santos Carvalho, após breve hesitação, diz para ele: "- Então, queríamos um copinho de três!"
Pois o motor de busca do Google é uma espécie de Santos Carvalho, quando não tem "pastelinhos de bacalhau" para dar aos cibernautas, apropriados às suas (às vezes, arrevezadas e desarrumadas) "search words", serve-lhes, em vez disso, "copinhos de três". Ainda ontem  um estimado pesquisador lisboeta escreveu, como "search words", o seguinte: "cordeiro assado na brasa de miranda do douro"; e o "Santos Carvalho" do Google mandou-o para o poste "Mercearias Finas 31 : uma vitelinha, mansa, de Fafe" colocado neste nosso Blogue. Ora, isto não se faz! Então o homem queria cordeiro e deram-lhe vitelinha!? Gato por lebre, desonestamente!
Mas há muito mais casos semelhantes, em que o desrespeito, laxismo e cegueira boçal do motor de busca do Google, trata mal os seus utilizadores. No mínimo, usando de cristã benevolência, diríamos que há um excesso de iliteracia, ignorância no motor de busca, que redunda, muitas vezes, num surrealismo hilariante. Refiram-se mais alguns casos deste habitual "trocar de alhos por bugalhos":
1. diz o cibernauta pio: "mulher de capote aguardente vinicas fabrica eduardo ferreira"; responde o Google: poste "Cecília Meireles", de 7/11/2010, aqui no Arpose.
2. um pesquisador brasileiro escreve, como "search words": "borda do cordel". E o Google indica-lhe: "Bibliofilia 46 : A Ceia dos Cardeais", de 30/4/2011.
3. outro investigador proficiente e curioso clica: "a poesia de cecilia meireles e as obras de arte de botero e adegas" (sic); e o motor de busca abre-lhe o poste "A obra de arte, segundo W. H. Auden", de 30/1/2011.
Por hoje, acho que já chega de "mundo às avessas" e de alta cultura tecnológica...

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