Para ser rigoroso e exacto, não posso afirmar que haja muitos pratos genuinamente vimaranenses. Papas de sarrabulho, bacalhau recheado, rojões, também os há noutras localidades nortenhas e minhotas, e as diferenças não serão muitas. Retintamente vimaranense, há apenas o Arroz de bucho recheado, que eu saiba. Mas, de uma forma geral, come-se bem e com abundância, na cidade.
Ao mítico Restaurante Jordão, hoje fechado, onde nos podíamos deliciar com uns filetes de pescada, fresquíssimos, ou uns bifinhos de vitela, tenríssimos, a esse mítico "templo" de bem comer, outros lhe sucederam, honrando os pergaminhos da urbe. Não os cito, para não fazer publicidade.
Agora, quanto a doçaria, já a situação é outra. Se o pão-de-ló de Margaride, como o próprio nome indica, não é bem da cidade, também lá se faz e, com particular intensidade, na Páscoa. Bem como as cavacas. Mas os "ex-libris" serão, sempre: as tortas (com amêndoa, gemas de ovos, doce de chila ...) e o toucinho do céu. Ambos, ao que parece, vindos das receitas das Clarissas, do convento que já foi Liceu e é hoje a Câmara Municipal - Convento de Sta. Clara.
Nos anos 70 e 80, em Guimarães, só as irmãs "Costinhas" (assim lhes chamavam) sabiam e faziam tortas. E era preciso encomendá-las com 2 semanas de antecedência, tal era a procura. Mas hoje, felizmente, podemos encontrá-las nas principais confeitarias da cidade. São caras, valendo no entanto a pena prová-las, porque são deliciosas. Ficam no goto e memória gustativa, para sempre, as tortas de Guimarães. E são únicas, em toda a doçaria nacional.
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