segunda-feira, 26 de abril de 2010

Bibliofilia 14 : Camilo Pessanha




Há noventa anos (1920) publicou-se, pela primeira vez, "Clepsydra" de Camilo Pessanha (1867-1926), na Casa Editora Lusitania, graças ao patrocínio de Ana de Castro Osório. A segunda edição viria a sair em 1945, também com o apoio da Família Osório com quem o Poeta tinha privado, de perto. Pessanha ficou satisfeito com a publicação de 1920, como o prova uma carta de Macau, de 1921, enviada a Ana de Castro Osório. Mas, também, nunca fizera qualquer tentiva ou esforço, além da publicação de alguns poemas seus em jornais, para reunir em livro a sua obra.
O meu exemplar da 1ª edição de "Clepsidra", com encadernação assinada, foi comprado, a 5 de Outubro de 1994, na Feira do Livro Antigo/Museu da Electricidade, por Esc. 20.000$00 (cca. euros 100,00). Está em bom estado e não é muito frequente aparecer à venda. Em Maio de 2001, no leilão da biblioteca de José Blanc de Portugal, promovido pela Dinastia, o mesmo livro, também encadernado (lote 1465), tinha uma estimativa de venda entre 20.000$00 e 40.000$00 escudos. Em Janeiro de 2003, no leilão da Biblioteca Vieira Monteiro, efectuado pelo Correio Velho, a primeira edição de "Clepsydra" (lote 820), mas desta vez não encadernada, apontava para uma venda de euros 150-300,00.

4 comentários:

  1. Em 1994 vinte contos «era dinheiro», mas não há dúvida que este foi uma excelente compra. Até a encadernação é magnífica...

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  2. Apesar de tudo,c. a.,é um dos livros com valor mais estável, no mercado. Nunca consegui,no entanto, chegar ao "Só" que ultrapassava sempre a centena de contos, nem ao "Livro de Cesário Verde", sempre muito caro... Seria a minha "Trindade" magnífica se tivesse adquirido os 3 livros.

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  3. Es hielo abrasador; es fuego helado,
    es herida que duele y no se siente,
    es un soñado bien, un mal presente,
    es un breve descanso muy cansado.

    Es un descuido que nos da cuidado,
    es cobarde, con nome de valiente,
    un andar solitario entre la gente,
    un amar solamente ser amado.

    Es una liberdad encarcelada,
    que dura hasta el postrero parasismo;
    enfermedad que crece si es curada.

    Este es el niño Amor, éste és su abismo.
    ! Mirad cuál amistad tendrá con nada
    el que en todo es contrario de sí mismo!

    Las tres musas, Francisco de Quevedo

    E Camões ? Aguarda-se lição de APS
    No es provocación sino olvido o ignorancia.
    TIA
    Não vem a propósito se não da minha curiosidade

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  4. Obrigado pelo Quevedo. Com Jimenez, Machado e Aldana são os meus poetas castelhanos preferidos.
    Sobre o Camões já se disse tanto, e dito por gente de qualidade, que é difícil vê-lo por algum ângulo novo. Mas vai um post com José Afonso de que gosto bastante.

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