Em país de poetas, há muitos destes vates esquecidos que, pela minha bitola, são de segunda ou terceira linha e que as histórias da literatura, mais rigorosas e/ou resumidas, nem sequer registam no seu Cânone. Com os múltiplos versejadores, hoje incensados, vai acontecer o mesmo, dentro de 40 ou 50 anos - é a lei do Tempo.
Assim acontece com José Simões Dias (1844-1899), considerado por alguns como um romântico tardio, que teve algum nome e importância enquanto vivo mas que, actualmente, nem sequer os universitários de Humanidades devem conhecer, e que dedicou a Camões, esta singela quadra, a propósito de uma página de Os Lusíadas:
Se um dia o velho enfermo do occidente
Quiser saber se ainda é vivo ou não,
Poise sobre este livro a mão tremente,
E sentirá bater um coração!
Simões Dias, que era de família modesta e frequentou o Seminário, veio a ter uma vida amorosa pouco feliz. Também enveredou pela política e foi deputado bem sucedido. A sua obra poética está inteira nestas Peninsulares (em imagem, acima) que, à data da sua morte, já contava 5 edições.
O que muito pouca gente saberá, decerto, é que se lhe deve o nosso actual "Dia de Camões" ( e das Comunidades), que ele propôs para 10 de Junho, e como membro do Parlamento, na altura, fez votar, em 1879, como então denominado "dia de gala nacional".
Mesmo que só por isso bem merece ser lembrado...
Mesmo que só por isso bem merece ser lembrado...
Não sabia e isso interessa-me muito. Tenho que ver se descubro mais sobre esse escritor. Bom dia!
ResponderEliminarÉ provável que encontre mais elementos do ponto de vista político do que literário...
EliminarBoa tarde.