sexta-feira, 1 de março de 2019

Do mau gosto, como corrente editorial maioritária e dominante


Já por aqui me tenho feito eco das capas indigentes que as editoras portuguesas produzem para os livros que publicam. Basta parar em frente da montra da Bertrand, ao Chiado, para ver a feira de horrores de capas e capas. Já não bastava, para pouparem, as editoras terem dispensado os revisores competentes. Livros há, que são um amontoado de gralhas...
O uso aleatório de bancos de imagens, normalmente fotográficos, utilizados nas capas, revela um mau gosto estético generalizado, por parte dos conselhos editoriais que geram estes abortos impressos.
António Guerreiro, na ípsilon do jornal Público de hoje, põe o dedo na ferida. De forma responsável e capaz. É só lê-lo, com atenção.

11 comentários:

  1. Li o seu post e depois fui ler a crónica do António Guerreiro e ambos acertam no alvo sobre a forma como a edição nacional navega neste século XXI. Capas horríveis, edições monstruosas no tamanho e peso, ainda ontem fiquei cheio de dores na mão direita ao terminar de ler um desses volumes de 1200 páginas de 2 quilos.
    O virar costas dos editores nacionais aos livros de bolso é um verdadeiro crime literário. Basta olharmos para o bom gosto das capas da Folio/Galimard em formato "poche", com papel adequado, para quem lê livros, em casa, nos transportes, nos cafés. Por vezes tenha a sensação que para os editores portugueses editar no formato de bolso é sinónimo de pobreza.
    Bom fim-de-semana!

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    1. Quantidade também é palavra-chave, nestes tempos que correm, verborreias à desfilada de muitos autores menores que, por serem conhecidos róseos televisivos alcançam estatuto de publicáveis, para estas editoras sem critério nem gosto - é o fartar, vilanagem!... E o povão, aplaude, acrítico e babado.
      Só com uma cura obrigatória de Clássicos, isto entrava nos eixos.
      Retribuo os seus votos, cordialmente.

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  2. Ainda não tive oportunidade de ler, mas vou ler, claro !
    A propósito dos livros de bolso: quanta saudade dos livros da Colecção Miniatura !...

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    1. Vale a pena, muito embora a crónica venha ao nosso encontro e ao que pensamos.
      Tenho orgulho e enorme gosto em ter completa a Colecção Miniatura, que faz o pleno do que penso em livros ser a "divina proporção" - de critério literário e bom gosto estético... as capas de Bernardo Marques!

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  3. Já li e obviamente estamos de acordo.

    Tudo na Colecção Miniatura era perfeito. Desde o critério selectivo literário, ao grafismo e terminando na ilustração propriamente dita.
    E já agora o preço de 7$50, absolutamente acessível à bolsa de quem queria gostava de ler.

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    1. Bem lembrado, o preço absolutamente acessível. Para divulgar obras de grande qualidade literária, quase sempre.

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    2. Ou estão em Celorico de Basto ou no Algarve, mas penso que também os tenho todos
      ( ou quase todos... ).

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    3. É certo que tive algumas ajudas amigas mas, há cerca de 10 anos, consegui completar a colecção (169 volumes).

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  4. Está a ser reeditada a colecção Miniatura, com alguns livros da colecção antiga e outros novos. Já sairam vários.

    Boa noite:))

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    1. Já me tinha apercebido, e é uma boa notícia. Camus, Hemingway, Virginia Woolf, Mauriac, entre tantos outros bons autores, estão representados na colecção. Oxalá os reeditem!
      Um bom fim-de-semana, Isabel.

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