domingo, 3 de março de 2019

Desabafo (42)


Tenho de admitir que é uma insuficiência minha. Fruto, talvez, da impaciência juvenil e dialogante que não me abrandou com os anos.
Mas tenho de confessar, humildemente, que fico possesso quando cumprimento alguém e esse alguém me não responde. Não dou sequer o benefício da dúvida de essa pessoa não ter dado por isso, ou de estar distraída. E, nos metros seguintes do andar, vou a rosnar os piores insultos...
Mas a meu favor pesa que prezo a atenção de cada ser vivo a tudo que os outros lhe manifestam. A diligência, as prioridades e a boa educação. Que não perdoaria a mim mesmo, inevitavelmente.
Esta omissão ou demora desatenta dos outros, nos mais diversos aspectos, sejam eles quais forem, colhe em mim o mesmo desagrado humano. Talvez porque tenho um critério pessoal daquilo que é essencial e do que são as frioleiras subjetivas e secundárias, até no trato humano.
E é por aqui que se apascentam,  também, com respeito ou ternura, as afinidades mais sólidas.

2 comentários:

  1. Eu venho constatando, talvez por estar cada vez mais velha,
    que me tratam com muita delicadeza. Pago na mesma moeda e
    é sempre gratificante a boa educação e, muitas vezes, um sorriso.
    As afinidades, são sempre muito estimulantes,e a mim fazem-me
    sentir menos só. Boa noite.

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    1. Não posso acompanhá-la, no que a mim se refere, na sua primeira frase, mas também não me posso queixar de muitas desconsiderações - só algumas e poucas.
      Creio que é tudo uma questão de sensibilidades, os desencontros, e também, em muitos casos de desatenção, a pressa e a superficialidade dos seres humanos, muito centrados no seu umbigo e rasteiros a ver os outros.
      Uma boa semana, Maria Frannco.

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