O património artístico é visto através de perspectivas muito diversificadas, consoante a cultura, a ideologia talvez, o meio social ou a ignorância de quem tem o poder para decidir sobre ele. Ainda não há muito tempo, um matarruano agente de cultura português facilitou a saída e venda para o estrangeiro de um quadro de Carlo Crivelli (1430?-1495), cujas obras são escassas e raras... O governo, a que este pesado escritor policial e comentador desportivo pertencia, pouco tempo depois, também esteve para vender, na Inglaterra, um acervo considerável de telas de Miró, não fora a opinião pública esclarecida portuguesa se ter levantado em peso. Felizmente, esse acervo, que fora pertença do malfadado BPN, está hoje à guarda de Serralves (Porto), enriquecendo assim o património artístico nacional.
Na segunda metade do século XVIII (1773), a imperatriz Catarina II (1729-1796), a Grande, acolheu, mecenaticamente, na Rússia o enciclopedista Diderot (1713-1784), e como este tivesse dificuldades financeiras adquiriu, para o património do seu país, a biblioteca integral do escritor francês. Um pouco mais tarde, após a morte de Voltaire (1694-1778), a mesma Czarina veio a comprar a biblioteca, na íntegra (cerca de 7.000 volumes), desse notável francês. Estes livros ainda hoje podem ser consultados em S. Petersburgo, com o interesse e curiosidade de muitas destas obras terem anotações manuscritas do próprio Voltaire.
Em sentido contrário, em relação à Rússia, e benefício directo para Portugal, por circunstâncias felizes do tempo e da fortuna, temos o caso da célebre escultura Diana, obra prima de Jean-Antoine Houdon (1741-1828), que hoje integra o especioso acervo do Museu Gulbenkian, em Lisboa.
Em 1930, o governo russo da altura, pressionado por grande escassez de divisas e dificuldades financeiras, resolveu desfazer-se de algumas jóias preciosas do seu património artístico. E, sigilosamente, o sr. Gulbenkian (1869-1955) aproveitou esta magnífica oportunidade para enriquecer a sua colecção de Arte.
Entre espíritos rurais e mentalidades esclarecidas, assim se pode ver a qualidade e a diferença de perspectivas, em relação à importância que cada um atribui à arte e cultura patrimoniais.
E é assim também que um país ganha ou perde...
Na segunda metade do século XVIII (1773), a imperatriz Catarina II (1729-1796), a Grande, acolheu, mecenaticamente, na Rússia o enciclopedista Diderot (1713-1784), e como este tivesse dificuldades financeiras adquiriu, para o património do seu país, a biblioteca integral do escritor francês. Um pouco mais tarde, após a morte de Voltaire (1694-1778), a mesma Czarina veio a comprar a biblioteca, na íntegra (cerca de 7.000 volumes), desse notável francês. Estes livros ainda hoje podem ser consultados em S. Petersburgo, com o interesse e curiosidade de muitas destas obras terem anotações manuscritas do próprio Voltaire.
Em sentido contrário, em relação à Rússia, e benefício directo para Portugal, por circunstâncias felizes do tempo e da fortuna, temos o caso da célebre escultura Diana, obra prima de Jean-Antoine Houdon (1741-1828), que hoje integra o especioso acervo do Museu Gulbenkian, em Lisboa.
Em 1930, o governo russo da altura, pressionado por grande escassez de divisas e dificuldades financeiras, resolveu desfazer-se de algumas jóias preciosas do seu património artístico. E, sigilosamente, o sr. Gulbenkian (1869-1955) aproveitou esta magnífica oportunidade para enriquecer a sua colecção de Arte.
Entre espíritos rurais e mentalidades esclarecidas, assim se pode ver a qualidade e a diferença de perspectivas, em relação à importância que cada um atribui à arte e cultura patrimoniais.
E é assim também que um país ganha ou perde...
Gostei bastante de ler estes contrastes.
ResponderEliminarBoa tarde!
Folgo muito!
EliminarÀs vezes, convém relembrar certas coisas.
Uma boa noite.
Desfazem-se de obras de arte e compram carros topo de gama e coisinhas assim.
ResponderEliminarA maior parte desta gentinha tem uma visão oblíqua dos valores...
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