Foi aqui, há mais de 40 anos, que assisti ao primeiro leilão de livros, em Lisboa.
O local foi-se chamando, ao longo dos tempos, Alto da Cotovia (século XVII), Praça da Patriarcal da Queimada (século XVIII), depois de um incêndio provocado, em 1769, na então Sé Nova lisboeta; para finalmente se fixar naquilo que é hoje, apesar da República, a Praça e o Jardim do Príncipe Real, a partir de finais do século XIX, com o seu gigantesco cedro centenário.
Esse leilão de livros, de que falei acima, foi promovido por Arnaldo Henriques de Oliveira, livreiro alfarrabista bem conhecido, para vender a biblioteca do coronel António da Cunha Osório Pedroso, em Maio/Junho de 1976, em espaço alugado, para o efeito, à que era então a Liga dos Amigos dos Hospitais, situada na Praça do Príncipe Real, nº 3.
Apontamentos, tomados na altura, permitem-me identificar algumas das obras que arrematei e respectivos preços que dei por elas. Assim:
Lote 4533 - História da Poesia Portuguesa do Séc. XX, J. Gaspar Simões (ENP)... Esc. 460$00.
Lote 4724 - A Velhice do Padre Eterno (Porto, 1885 - 1ªed.), Guerra Junqueiro..... Esc. 126$50.
Lote 4937 - Maximes, de La Rochefoucauld (Paris) ............................................... Esc. 345$00.
Este leilão de livros integrava-se na actividade periódica da Livraria Antiquária do Calhariz, que é hoje dirigida por José Manuel Rodrigues e que também leva a efeito almoedas, mas que, normal e ultimamente, se realizavam, pelo menos até há pouco, na Casa da Imprensa, na rua da Horta Seca, ao Chiado.
Tenho uma "Perspectiva Histórica da Poesia Portuguesa" do João Gaspar Simões (comprei na Lumière, há uns anos).
ResponderEliminarEngraçado como ainda tem esses apontamentos.
Uma boa tarde:))
A princípio, tomava sempre nota dos preços dos livros, mas depois fui-me desleixando..:-)
EliminarBoa tarde, também, de uma féria (=greve) alheia..:-)
Confesso que nunca fui a um leilão de livros e deve ser bem interessante. Já a zona referida é-me bem conhecida, porque passei a minha infância e adolescência nessa zona. O amor que temos pelos livros nunca se perde, mas quando vejo nos dias de hoje os herdeiros de bibliotecas aa venderem tudo por "meia-dúzia de patacos" até me dói o coração.
ResponderEliminarMuito boa tarde!
É excitante, algumas vezes, sobretudo quando somos jovens..., mas por causa da emoção também se podem fazer maus negócios e comprar caro - não me posso, porém, queixar muito.
EliminarNão só os herdeiros... anda por aí uma senhora, que já foi nome em Cultura, a desfazer-se (em vida) de livros com dedicatórias manuscritas. E não deve ser por falta de espaço.
É uma zona muito bonita, aquela em que cresceu.
Uma boa noite.