sábado, 16 de março de 2019

Curiosidades 72


Com frequência nos admirámos com as escoltas presidenciais, em algumas visitas ao estrangeiro. Sobretudo pelo número dos acompanhantes que são justificados pelos mais diversos motivos, que vão desde os comerciais aos culturais, entre os mais importantes.
Ora, as régias personagens de antigamente, em visitas, também não as faziam por menos. Em Janeiro de 1729, o nosso D. João V (1689-1750) encontrou-se, no Caia, com Filipe V (1683-1746) de Espanha, que trazia consigo um séquito de 16.000 pessoas.


O encontro destinava-se à troca, com vista aos futuros casamentos, dos filhos mais velhos, futuros reis e rainhas, na sucessão dos tronos de Portugal e de Espanha. No nosso caso, de D. José (1714-1777) e de Mariana Vitória (1718-1781), pelo lado castelhano, ambos ainda adolescentes.
Não sendo tão numeroso, o séquito português compreendia, no entanto, nada menos do que 222 cozinheiros e cerca de 1.000 criados de cavalariças!
Quanto aos meios de transporte, informa-nos Caetano Beirão (1892-1968), no seu livro Cartas da rainha D. Mariana Vitória (Empresa Nacional de Publicidade, 1936), dos seguintes números:
- 10 coches.
- 8 berlindas.
- 29 estufas.*
- 141 seges.
- 7 galeras.
- 12 carros.
Não se diga, por isso, que os nossos PR exageram no número dos seus acompanhantes, quando fazem visitas ao estrangeiro. Afinal, eles cabem todos apenas num avião da TAP, normalmente. Sempre se poupa alguma coisa, nas despesas de deslocação...

* pequeno coche antigo, de muitas vidraças e dois assentos.

2 comentários:

  1. Levavam a casa atrás. Na verdade, a casa ia à frente para estar pronta quando o monarca chegasse. :)
    Bom sábado!

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    1. ...e o povo ia pagando, sem tugir nem mugir!
      Pelo menos, agora, os presidentes têm de justificar, prestar contas. E, felizmente, são movíveis.
      Um bom sábado, também.

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