quinta-feira, 9 de julho de 2015

Um poema sem título, de Antonio Gamoneda


Consistência de fogo
sitiado pelo pranto.

Aquilo que primeiro se ama
são os olhos: porque incendeiam
com a sua luz a existência
reunida, olhando-se.

Mas a luz é uma causa
mortal. Ferido de transparência,
o meu coração oculta-se
e recolhe-se à beleza.

2 comentários:

  1. Que poema lindo, APS, assim traduzido como nos traz aqui! Já fui reler os outros deste autor com que nos tem presenteado.
    Obrigada e tenha um bom resto de dia!

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    1. Alegra-me que tenha gostado, Maria. Quando encontro um bom poema, e o mérito é todo de Gamoneda, eu dou o meu melhor (e o mais que sei e posso) ao vertê-lo para português, pelo menos, de forma satisfatória..:-)
      Um bom fim de tarde!

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