É um vinho tinto perigoso, na sua blandícia e sedução. Veludo mavioso, perfume singular mas discreto, sabor que aplaca qualquer cólera interior ou discordância. Femininino pela sua natureza sem arestas, apesar dos 15º...
Venho falando do Madrugada, colheita seleccionada de 2009, cujas cepas (Aragonês maioritária, Syrah, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon), ainda novas, frutificam ali para as bandas de Arraiolos, na Quinta do Carvalho.
O tinto foi sacrificado a uma Favada, bem guarnecida, repescada do congelador, acertadamente, neste dia de temperaturas amenas, por entre a canícula de Junho e a que se há-de seguir. Era a altura certa e propícia ao prato rijo e invernoso.
O final do Madrugada banhou ainda uns restos de Emental e Fratel, à sobremesa, na sóbria companhia de umas água-e-sal, que dão pelo nome de "Marinheiras" (recomendo!), produzidas em Samora Correia. Grandinhas e estaladiças.
Gosto de favas. Em miúda, comia frequentemente (uma vez por semana, se bem me lembro) em casa da minha avó.
ResponderEliminarTenho de provar essas "Marinheiras"...E o tinto, já agora...:-))
ResponderEliminarEm Abril-Maio, as favas são um "must", para mim, com enchidos e entrecosto.
EliminarEm relação ao "Madrugada" talvez não seja fácil encontrá-lo. A garrafa foi-me oferecida, mas a produção é pequena... As "Marinheiras" poderá comprá-las no "Corte Inglés".