Aqui tive um amor, uma impura
floração de sangue enamorado,
mas do sangue mais desesperado
onde a luz não existe na sua treva densa.
Desapareces como um anjo; como a escura
dor da juventude; como um gládio
de amargura e de vento, derrotada
pelo ferro e a sede da ternura.
Em ti acaba a noite, e na tua margem,
a água amante e a paixão mordida,
e, na tua boca, a minha verdadeira.
Unicamente porque morre, canta
a minha palavra nua e retorcida:
em direcção a ti, como um punho, se levanta.
Gostei.
ResponderEliminarÉ, sem dúvida, um grande poeta ibérico.
ResponderEliminarRenovados agradecimentos..:-)
Em tempo:
Eliminarsendo, como é, um poema da juventude, não deixo de lhe notar algum eco de Neruda...