quarta-feira, 29 de julho de 2015

Um poema de L. S. Senghor (1906-2001)


Tua carta minha carta

Tua carta minha carta, e se fosse impossível
Se Hitler se Mussolini, se a Rodésia a África do Sul, o parente português
Se se e mais se, mas nós temos o telefone branco
Não, o vermelho. Satélites rodando em torno da Terra-Mãe.
Se é que rodam mas que importa? Através dos negros espaços estrelados
Através do muros as cadeias de sangue, através da máscara e da morte
Temos o telefone da aorta: o nosso código é indecifrável.


(Tradução de Luíza Neto Jorge)

2 comentários:

  1. Gosto da poesia de Senghor, mas há muito que a não leio.

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    1. É um dos poucos poetas da Negritude, com Cesaire, que eu gosto de ler.

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