segunda-feira, 6 de julho de 2015

A bolha?


Para um observador minimamente atento, não terá passado despercebida, em Lisboa, a proliferação desmesurada de novos hotéis e hostals, nos últimos 2 ou 3 anos. Nem dos tuk-tuk, dos eléctricos turistizados, ou das pindéricas lojas de lembranças, na Baixa. Nem dos paquidérmicos paquetes que descarregam, aos milhares, turistas-rapidinhos, que chegam de manhã e zarpam ao fim da tarde.
A instabilidade sul-mediterrânica (e a moda frenética e efémera) fazem de Lisboa e de Barcelona, presentemente, destinos seguros e apetecidos (até quando?). Mas trazem consigo, também, aspectos de perturbação diversa, que afectam a tranquilidade do viver e trabalhar de muitos lisboetas.
A autarca de Barcelona (Ana Colau) mandou parar, para ver... Creio que foi uma atitude sensata.

4 comentários:

  1. Este é um problema que até no Porto se sente, e conheço de perto alguns casos de pequenos empresários que hesitam entre começar a praticar preços para explorar os camónes ou tentar manter os seus clientes de sempre. No primeiro caso, passa-lhes ao lado o enriquecimento rápido. No segundo, comprometem o futuro.

    Este caso de Barcelona também representa bem os tempos que correm por outra razão. O anterior alcaide, com esta bomba nos braços, já tinha decretado uma moratória ao licenciamento de novos projetos turísticos. Mas, como não era de um destes partidos da moda, tão ao gosto dos jornais portugueses, a coisa não foi muito divulgada por cá.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu creio que não é uma questão de partidos. Pode ser é de jornais. Ver a questão é também estar atento ao tempo. Em comparação com estes imensos novos hotéis, convém lembrar a quantidade grande de Centros Comerciais em ruinas - elefantes brancos moribundos - ou os despojos de alguns gigantescos estádios portugueses...
      A questão é sentida na pele, pela diferença: morar ou trabalhar no Bairro Alto ou estar na Bobadela ou Benfica. Viver em Matosinhos ou morar na Batalha...

      Eliminar
  2. Já há uns tempos, ouvi uns comerciantes da Baixa, por causa da proliferação de hotéis e afins, que faziam uma pergunta pertinente à Câmara: será que os turistas vão gostar de sair à rua e ó ver outros turistas? Há gostos para tudo.
    E quando acabar esta moda de Lisboa?

    Ainda há poucos dias uns amigos de uma amiga minha, que vivem em Barcelona, lhe diziam para se despachar a ir a Barcelona que a cidade está a ficar infernal.

    Está infernal andar no Metro e elétrico: muito mais gente a todas as horas e intervalos muito maiores entre cada um.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Fazer a cronologia do eléctrico 28 (em relação ao seu último parágrafo), em ocupação de espaço e horários, nos últimos 3 anos, dá uma ideia concreta da situação...
      O arrendamento no centro de Lisboa é, neste momento, um negócio chorudo, ainda que sazonal, que prejudica, pelos preços, uma ocupação de residentes naturais, que seria desejável. E, aqui, a especulação de preços, muitas vezes, selvagem e ilegal.
      Por isso, até não me parece mal a tal taxa para turistas, proposta pela CML. Desde que esses montantes sejam aproveitados para uma clarividente política de habitação e melhoramentos, na cidade.
      Mas o problema não deixa de ser complexo.

      Eliminar