sexta-feira, 6 de junho de 2014

De Elizabeth Bishop (1911-1979)


A uma árvore

Ah, árvore diante da minha janela, somos parentes,
pois nada pedes a um amigo a não ser isto:
encostares-te à janela e espreitar para dentro
e ver-me andar por ali! Benção que é suficiente

para mim, que decidi ficar por detrás do caixilho,
cheia das minhas pequenas tragédias e grotescos desgostos,
para me encostar à janela e espreitar lá para fora,
admirando as infinitésimas folhas.

(Tradução de Maria de Lourdes Guimarães)

6 comentários:

  1. Tb tenho uma árvore (quase) encostada à janela da cozinha.
    Gosto de ruas com árvores, embora quando as ruas são estreitas, as casas ficam sombrias.
    Gostei deste poema de E. B.
    Bom dia!

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  2. Sorte sua, MR!...
    Elizabeth Bisshop tem a particularidade de, embora norte-americana, ter vivido vários anos no Brasil.
    Bom resto de sábado!

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  3. A solidão das árvores e dos incompreendidos!
    Gostei do poema. Gosto desta poetisa.

    Também tenho uma árvore enorme em frente à casa, que foi plantada por um cunhado meu e o meu sobrinho, quando se iniciou aqui o bairro, quando veio morar para este prédio há uns 20 anos. É engraçado, porque dizemos sempre que é a árvore do Tó.
    Enfim, pequenas histórias que nos vêm à memória...

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    Respostas
    1. De algum modo...
      Já tive, a cerca de 30 metros da janela do meu quarto, bem como muralhas medievas...
      Agora, já não.

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