sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Uma carta de Lisboa


Arthur William Costigan, em 1779, falava assim de Lisboa, ao seu irmão Carlos:
"Seria inútil tentar fazer-vos uma descrição desta grande cidade, antes de ter tempo de a examinar e de conhecer a sua situação. E agora mesmo que a vi, não a farei senão em têrmos gerais. Imaginai uma extensão marginal considerável ao longo de um rio espaçoso, capaz de conter toda a qualidade de navios, e que lança as suas águas imediatamente no vasto Oceano Atlântico. Considerando a sua posição, bem melhor do que a de nenhuma outra do continente europeu, o seu extenso comércio com todo o continente americano, e ainda a salubridade do clima, a variedade infinita das frutas, e de quási tôdas as espécies de produções naturais (que a terra pode dar em abundância, do momento que a cultivem), fica-se embaraçado sôbre que mais se há-de admirar, se o muito que a natureza fêz para tornar os habitantes felizes ou o pouco cuidado que êles tem para o serem. ..."
A. W. Costigan, in Cartas de Portugal, 1778-1779, traduzido por Augusto R. Machado, Ed. Ática, s/d.

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