terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Torre dos Clérigos versus Torre de Belém



Das tigelinhas, confesso que já não me lembrava, quando mão amiga me mandou, gentilmente, o livro "Heróis à moda do Porto"(seguido do)"Dicionário do Caraças" - Editora lugar da palavra, 2010. São 7 contos tradicionais adaptados à gíria portuense, seguidos de um glossário do calão tripeiro, muito embora algumas palavras, graças à globalização, sejam também usadas em Lisboa, hoje em dia. Do cimbalino ao café expresso, do aloquete ao cadeado já eu estava habituado. Mas um caso há que nunca consegui, cabalmente, esclarecer: o que, em Lisboa, se chama nêspera, chama-se no Norte (e no Porto também)- magnório (ou magnólio). Ora, no Norte, nêspera é um fruto muito concreto, no exterior castanho-chocolate, no interior de massa escura e mole, de sabor pouco definido e relativamente insípido. É um fruto de Outono/Inverno. Em Lisboa não existe ou, pelo menos, nunca o vi à venda. Voltando ao livro, genuinamente tripeiro, passo a transcrever do "Dicionário do Caraças", alguns exemplos que achei mais interessantes, quanto à correspondência ou significado.

"Amassos : troca de carícias; Avião : mulher jeitosa e bonita; Brou : amigo ou irmão; Andar de gunas : andar pendurado na parte traseira do eléctrico; Dar corda aos vitorinos : correr; Jeco : cão; Lafrau : ladrão; Noias todas cegas : ideias malucas; Pipi da tabela : janota; Tigelinha : pastel de nata(pastel de Belém); Trengo : atrasado, atoleimado."

P.S.: Agradecimento fraterno ao António d'Almeida Mattos.

2 comentários:

  1. Se não estou enganado, o «brou» é também usado pelos afro-americanos (e talvez não só). Resquícios da influência inglesa no Porto?

    ResponderEliminar
  2. Provavelmente,c.a.. E há mais americanismos no "Dicionário...",mal por mal,eu preferia os francesismos antigos,porque eram de uma Cultura mais próxima, e menos violenta.

    ResponderEliminar