domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mercearias Finas 2




A Bélgica está-me sempre associada a boa comida e a bons vinhos, embora os não produza. Importa, normalmente, brancos da Alemanha e tintos de França. Além disso, a Bélgica tem uma das cidades europeias de que eu mais gosto: Gand ou Gent. Para além da gastronomia belga ser de grande qualidade, os temperos são utilizados de forma sábia e bem doseada. A dominação espanhola deixou marcas na alimentação, neste caso, de forma positiva. Mas a criatividade belga é infinita. Bastará falar de banda desenhada, cervejas (uma variedade enorme) e de Georges Simenon (mais de 300 romances) que nasceu em Liége ou Lüttich. Por outro lado, tenho a sorte de ter família belga, por afinidade. Moram em Antuérpia. A Rosane, além de ser uma excelente cozinheira, muito criativa, faz uma sopa de peixe, "zucchini" ou aipo, com queijo "Boursin" que é um espanto!...

O Gerhard, por sua vez, deu-me a conhecer um vinho tinto francês desconhecido por mim: o Châteauneuf du Pape que é produzido numa área restrita, entre Orange e Avignon. As castas preferenciais usadas neste vinho são a Grenache e a Syrah, entre outras. É, habitualmente, um vinho de guarda: 5 a 20 anos. Os anti-Papas de Avignon eram abastecidos (a partir de João XXII) deste vinho que é conhecido desde o século XIII. É robusto (como os nossos do Douro), mas macio e tem um aroma inconfundível - da casta Grenache, creio -, e vai lindamente com assados, caça ou com um bom queijo da Serra português. Quando há, no "Intermarché", e passe a publicidade, custa à volta de euros 10,00. Mas há marcas do Châteauneuf du Pape muitíssimo caras, também. As garrafas têm sempre no rótulo, ou gravadas no vidro, as armas-brasão do Papa.

5 comentários:

  1. Conheço mal a Bélgica. De duas vezes que tinha ido a Bruxelas e a Gand, há muitos anos, gostei das cidades, mas da comida já não me lembrava. No ano passado voltei, visitei de raspão mais algumas cidades (de que gostei) e achei os belgas diferentes. Pensei que tivesse a ver com o tipo de pessoas que conheci, muito afectivas. E comi bem.
    Quanto a este vinho, desconheço. Se encontrar um Intermarché perto de mim, talvez o vá experimentar.

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  2. Mas cuidado, que alguns preços deste belo vinho são só para os "grandes deste mundo"...

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  3. €10,00 ainda dá para experimentar.

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  4. Um dos problemas de Portugal é o preço dos vinhos. Até numa pequena vila como Saint Jean de Luz, entrar numa enoteca e pedir um vinho de até 20 euros, é tido como um momento especial. Em qualquer supermercado de bairro vemos vinhos apenas guardados para o "gourmet" do El Corte Inglês. para já não falar que qualquer vinho de 4 euros Francês, envergonha muitos dos nossos a 10 euros.

    Mas para quem quiser saber um pouco mais desta pérola vitivinícola aqui vai: http://www.chateauneuf.com/index.html

    Para mim fico-me pelos Bourgogne, um vinho comprido, fino, e cheio. Na minha opinião.

    Ari

    p.s. - Regresso a 22 e trago uma garrafinha, envio pelo Miguel.

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  5. Viva, Ari!
    Tive um enorme gosto e surpresa em saber de ti,e ler-te.
    Boa viagem,obrigado e até sempre.

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