Em 25/1/2010, sobre Mulheres Portuguesas no séc. XVIII, foi aqui colocado um "post" originado pela leitura do livro "Portugal - A Corte e o País nos anos de 1765 a 1767" de Giuseppe Gorani (1740-1819), traduzido, e abundante e exemplarmente anotado por J. A. Castelo-Branco Chaves (1900-1992). Nestas memórias de viajante, Gorani gabava a beleza das mulheres portuguesas desse século. Afirmação discutível, decerto, mas que Castelo-Branco Chaves, fundamenta, ainda mais, em nota (1) ao capítulo XXXI (pg. 290), e que passo a citar:
"Não é Gorani o único na longa lista dos viajantes estrangeiros em Portugal que com tão bons olhos viu a mulher portuguesa. Muitos outros lhe foram favoráveis. Dumouriez: « As mulheres são das que na Europa possuem uma mais bela carnação, mais bonitos dentes e cabelos mais belos... São galantes, espirituais e instruídas, mas vivem na mais austera solidão» (Ob. cit., p. 104); Carrère: «... as mulheres (portuguesas) são bem feitas, bem proporcionadas, cheias de graças e encantos; têm belos olhos, uma linda pele, uma estatura esbelta, fina, delicada e as suas palavras são doces, sedutoras, persuasivas. Reúnem tudo o que é preciso para agradar. São amáveis, afectuosas, meigas; sabem tornar-se interessantes; possuem um espírito natural que se desenvolveria vantajosamente se fosse cultivado, mas a sua educação está absolutamente desprezada; não recebem nenhuma e ficam abandonadas a si próprias. Só à natureza é que devem a amabilidade e a afabilidade das maneiras que nelas encontramos», ob. cit., p. 296; Murphy: « As senhoras portuguesas possuem muitas qualidades: são castas, modestas e extremamente fiéis às suas afeições». (Travels in Portugal, p. 204); o autor dos «Sketches of Portuguese Life»: « Amantilhadas, deste modo, e realçando o efeito de tão atraente modo de trajar, mercê da graciosidade dos ademanes, galgando com desassombro as imundas calçadas, por pouco que a natureza as haja favorecido, jamais deixam de inspirar interesse, a um ponto ao qual às mulheres de outros países se lhes tornaria sempre mais difícil atingir»..."
P. S.: Referem-se os nomes dos autores e respectivas obras citados acima, na nota de Castelo-Branco Chaves: Joseph B. F. Carrère - "Voyage en Portugal et particulièrement à Lisbonne"; Charles F. Dumouriez - "État Présent du Royaume de Portugal en l'Année de 1796"; James C. Murphy - "Travels in Portugal".
Sou uma leitora destes estrangeiros que escreve(ra)m sobre Portugal, alguns dos quais nos deixam pelas ruas da amargura.
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