Os objectos mais vulgares do
nosso quotidiano escondem, frequentemente, uma História, com letra maiúscula,
interessante e apaixonante. Tais Histórias enquadram-se, normalmente, em áreas
afins – quiçá de ciências auxiliares – independentemente da sua utilidade para
uma imensa minoria de investigadores.
A reprodução do livro em
epígrafe, publicado em Julho de 2015, dá-me o mote para falar dessa imensa
minoria que se dedica ao estudo e à História do Papel em Portugal. A autora,
Maria José Ferreira dos Santos, fala-nos do “percurso milenar” do papel para se
centrar, sobretudo, no aspecto mais apaixonante, a saber, da filigrana e da
marca de água do papel.
Para os menos informados e
versados na matéria, explica-se, então, que a palavra filigrana,
para além de outros significados, “corresponde à figura formada por finos fios
metálicos, cosida ou bordada sobre a superfície da teia da forma” – moldura que
segurava a “papa” de trapos – e que “ocasiona áreas de uma maior transparência,
visíveis em contraluz. Ou seja, a filigrana dá origem a uma marca na folha de
papel chamada marca de água.”
Ora, o livro em apreço apresenta,
portanto, o resultado de um projecto de investigação, registando marcas de água
em documentos – manuscritos ou impressos – provenientes dos acervos da ANTT,
BNP e BPE – que integram a colecção da Tecnicelpa.
No espaço europeu existem, de
facto, estudos muito interessantes sobre a História do Papel, para além de
bancos de dados de marcas de água – acervo indispensável para investigações
documentadas. Para Portugal dependíamos, para além de contribuições parcelares
e avulsas, do trabalho pioneiro de Ataíde e Melo que reproduziu algumas marcas
de água.
A actual publicação, acompanhada
do respectivo cd-rom com imagens, vai no bom sentido de dotar o país de um banco
de dados – da MARCAS DE ÁGUA – tão necessário como interessante.
Um agradecimento especial aos
artífices na reprodução das marcas de água.
Para o A.de A.M., obviamente
Post de HMJ
Como sou muito ignorante nesta matéria, nunca tinha visto marcas de água na forma de pichel com florinhas.
ResponderEliminarE a Tecnicelpa tem algum museu?
Bom dia!
Para MR:
ResponderEliminarpois, o cd-rom e o livro têm muitas marcas de água diferentes. Quem apoia a edição é o Museu do Papel em Santa Maria da Feira.
Ah!, nesse já estive. :)
ResponderEliminarBoa noite!