Nós vemos rarefazerem-se diversas palavras, ou diversas locuções, que qualificavam ou designavam antigamente aquilo que se julgava de melhor ou de mais precioso e mais delicado no ser humano moral. Já não se diz que ele é um homem de bem; honra, ela mesma, periclita; a estatística já não lhe é favorável. Homem honrado, palavra de honra, ponto de honra, já são locuções moribundas, e não vemos facilmente, na linguagem actual, algo que as substitua.
Paul Valéry, in Variété IV (pg. 170).
Sempre gostei da história das palavras e julgo que demonstra bem a maneira como as mentalidades mudam. De facto é pena que a honra ande moribunda ainda hoje - esperemos que não desapareça. Bom dia!
ResponderEliminarÉ também uma das minhas fraquezas, curiosidade e encanto, a origem e vida das palavras, que de algum modo definem também o perfil dos tempos.
EliminarSe não sou crédulo quanto ao progresso e aperfeiçoamento do Homem, e acredito mais na metáfora da nora, com os alcatruzes que, ora vêm acima, ora vão abaixo, não sou inteiramente pessimista. Muitas coisas hão-de regressar...
Um bom Domingo!