Efabulemos. Que o que eu sei de enologia é tudo empírico, não chega para afirmações ou conclusões científicas, sólidas, robustas. Robusto, mas não redondo, era este "Mata Real", tinto de 2014, da Adega Cooperativa do Redondo, um pouco áspero, ainda, rústico e bruto, barato e modestíssimo de preço, nos seus 14º graus alentejanos, que denunciavam uma pujante vitalidade natural. Compunham-no a Trincadeira, o Aragonês (Tinta Roriz, a Norte) e o Alicante Bouschet. E eu até não me dou muito bem com a Trincadeira que, muitas vezes, me assanha a colite, casta de que ouvi, aqui há uns anos atrás, rasgados elogios de quem sabe: o sr. Holstein Campilho, da Quinta da Lagoalva.
Mas, voltando ao "Mata Real" tinto, o seu aroma, no copo, era o cheiro das adegas rurais, escuras e térreas, quando se entra; o sabor, na boca, a fruta verde, que tem de perder a inocência bravia, como as donzelas, para abrir e chegar à doçura experiente da maturidade. E foi assim que magiquei e pensei comprar mais 2 ou 3 garrafas, e deixá-las a amadurar quatro ou cinco anos, pacientemente, para, depois, ver e beber. Se eu lá chegar...
Ah! O "Mata Real", tinto de 2014, acompanhou um bife de atum, belíssimo!
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