O motivo, fantasioso, foi a lenda que terá tido origem nos monges de Santa Cruz (Coimbra), para glorificarem D. Afonso Henriques. Que, se a batalha de Ourique existiu, é altamente duvidoso que Cristo, na ocasião, tenha aparecido ao nosso primeiro rei. Mas foram precisos muitos anos, até a palavra forte e honrada de Alexandre Herculano vir desmontar a fantasia hagiográfica do chamado milagre de Ourique.
O quadro homónimo, de Domingos Sequeira (1768-1837), foi pintado antes, entre 1791 e 1794, segundo Maria de Lourdes Riobom, e foi para o Brasil, com a família real portuguesa que fugia à invasão dos exércitos napoleónicos, no início de oitocentos. A pintura andou perdida, como se perdeu (para sempre?) "A morte de Camões", de Domingos Sequeira.
Já no século XXI - creio - este "Milagre de Ourique" (em imagem) foi redescoberto, identificado e localizado no Museu Louis-Philippe, de Eu (Normandia). Teria pertencido (dote?) a Isabel de Orleans e Bragança (1911-2003), neta do imperador Pedro II do Brasil, que casou, em 1931, com Henrique, conde de Paris, pretendente ao trono de França.
Muito interessante. Não conhecia esta pintura. Boa tarde!
ResponderEliminarEu tinha lido qualquer coisa, há poucos anos, sobre esta pintura de Sequeira. E, nas suas "Memórias...", José-Augusto França volta a falar nela, daí o poste.
EliminarBoa tarde!