A frase de Régis Debray, que encima e ilustra este poste, na sua abstracção metafórica e abrangente, parece-me exemplar na caracterização dos tempos que vivemos. Porque, se de um lado se reúne e agrega o irracionalismo fanático da ignorância civilizacional, do outro lado do mundo, ocidentalizado, o que prima é uma convicção de fogachos, um emocionalismo demagógico, muito intermitente e inconsistente, explorado, a maior parte das vezes, pelas centrais mediáticas. Que tudo uniformizam, num camaleonismo banal e vulgar. Nesta bipolaridade superficial de 2 mundos, há um ponto comum: a inexistência de sólidas e fundamentadas razões, coerentes e éticas, duradouras e políticas.
Hoje, ao comprar o TLS, tive uma breve conversa com o dono da tabacaria onde vou semanalmente adquirir o jornal inglês. Fiquei a saber que ele recebia, por rotina, 2 Charlie Hebdo, e que vendia normalmente apenas um. Depois do massacre de Paris, e nos dias seguintes, uma das empregadas da tabacaria esteve quase diariamente a atender o telefone, por causa dos pedidos de encomenda da revista satírica francesa. Alguns clientes quase imploravam pela garantia de poderem comprar um exemplar.
A tabacaria recebeu 25 revistas. Da lista de reservas, ficaram cerca de 170 potenciais clientes por atender...
Comecei ontem a ler esta entrevista de Régis Debray e espero acabá-la daqui a pouco.
ResponderEliminarÉ uma boa entrevista. Gostei de a ler.
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