A receita é de Mértola. Ou, melhor, do outro lado do Guadiana, no restaurante "Casa Amarela", onde a provámos pela primeira vez. E ficámos deliciados. Até pela rica singeleza aromática que vinha da terrina, onde a serviram.
A maturação tem de ser lentíssima: hora e meia a duas horas. Num pequeno estrugido de azeite e cebola, afogado, a tempo, em água pura, deitam-se alguns nacos de borrego, consoante os participantes, temperados apenas com sal e pimenta. Este (ensopado) "Borrego à pastora" só pede mais duas coisas: paciência e tempo. Que as ovelhas vão cirandando, à volta, entretanto. A cuidada e vagarosa maceração, a fogo lento, dá-lhe toda a tenrura possível. Duas horas passadas, deitar no tacho algumas folhas de hortelã. Nos pratos individuais já servidos, albarda-se, então, com fatias finas de bom pão alentejano, para acompanhar.
À falta de um regional da zona, escolha-se um tinto robusto. O nosso foi, hoje, um Douro Caldas, de 2008, do bom artífice que sempre foi, e é, Domingos Alves de Sousa.
Almas sensíveis, abstenham-se da sua imagem: pedaços de borrego amaciando no estrugido e as ovelhas passeando-se em volta... Talvez contentes, dizendo para elas próprias "ele é que era o Charlie"!
ResponderEliminarNão me lembrei desse pormenor. E também não gabei, como devia, o "Caldas" duriense, que proporcionou a beatitude inteira dos campos celestes...
Eliminar:-)) aos comentários.
ResponderEliminarMuito obrigado pela parte que me toca..:-)
EliminarNós somos os Ronaldos do comentário.
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