sábado, 7 de junho de 2014

Diário sucinto de umas férias, sem rede, no Alto-Douro (5)


29/5
O sol piscou um pouco, de manhãzinha, mas pisgou-se logo, e as nuvens cinzentas ocuparam o horizonte, em Donelo. Mas o nosso objectivo era passearmos de barco no Douro, e pusemo-nos a caminho.
No Pinhão, o rio arredonda-se numa pequena baía, que mais parece uma lagoa, amena e tranquila pelas dimensões limitadas. O rabelo "Quinta de Ventozelo", adaptado, tem capacidade para 30 pessoas (com zona coberta e descoberta), mas a viagem de ida e volta até às águas da Quinta da Romaneira (1 hora), faz-se com apenas 18 pessoas e mais dois tripulantes. Só duas são portuguesas, as restantes distribuem-se por: flamengas, francesas, alemãs e inglesas (americanas?). Na conversa breve que tenho com o Arrais da barca duriense, recolho uma nova versão do naufrágio e morte do Barão de Forrester, no Cachão da Valeira, em que a Ferreirinha (D. Antónia), que se salvou por causa das suas saias de balão, não teria tido um papel inocente... Diz-me o Homem do leme, também, que a Capitania do Porto expediu recentes directivas que limitam estes rabelos a só levar 15 turistas: o que ele acha ridículo, porque as barcas transportavam, antigamente, até 20 tonéis de 300 litros, com vinho do Porto, até Vila Nova de Gaia. Mas ordens burocráticas, também são ordens...
No regresso, por descoberta de HMJ, ainda colhemos fruta de uma cerejeira brava que se inclinava sobre a estrada. Quase duzentos gramas de pequenos frutos de pele translúcida, bem saborosos e  doces.
Já em casa, ao fim da tarde, o sr. Pedro, acompanhado do seu fiel Póxi, leva-nos o garrafão de azeite duriense, encomendado anteriormente. Ficámos a falar sobre a fauna regional e as actividades cinegéticas. Que há excesso de melros - diz-me ele -, porque a caça destas aves foi proibida e, agora, os pássaros dão cabo das sementeiras. Em compensação desfavorável, há poucas perdizes e coelhos bravos, talvez por causa das muitas águias, que a Comissão Venatória tem libertado, pela zona - aventa. 
Até sempre, sr. Pedro!

4 comentários:

  1. Deve ter sido uma maravilha de passeio.
    Passeios no Douro só fiz do Porto à Régua e andei no Côa.
    Há anos que quero fazer da Régua ao Pinhão, mas não há maneira...

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    Respostas
    1. Foi, sim senhor. E com o rio tranquilíssimo, sem vento.
      Não me importava de repetir..:-)
      E, no meio da viagem, ainda oferecem um golinho de "Vinho Fino" (em copo de plástico).

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