Das leituras antigas costumam ficar "fiapos" do enredo e, eventualmente, recordações do tempo em que se adquiriu um determinado livro. A música, pelo contrário, tem o poder superior de nos "re-colocar" em ambientes que a melodia evoca - ou sugeriu no passado.
Vem tudo isto a propósito do "Revivalismo Ligeiro LXXXIII" e do cantor Adamo. Sem saber o motivo, sucede que a voz de Adamo recolocou, na mente, um ambiente muito singular, reproduzido acima. A canção trouxe as recordações das descidas, com caiaques, do rio Semois, nas Ardenas belgas nos anos sessenta do século passado.
À noite, porventura próximo de um lugarejo chamado Poupehan, os caiaque e as tendas ficavam na relva junto ao rio. Depois de um dia ao ar livre, deslizando no meio da natureza ao ritmo dos braços, entrava-se para um bar do campismo. Foi lá que ouvi a voz de Adamo e vi, pela primeira vez, uma enorme figura com capa preta e chapéu, com o nome de Sandeman.
Estava, pois, longe de pensar que o futuro a Deus e à Península Ibérica pertenciam.
Post de HMJ
Também me acontece (deve acontecer a todos) ouvir uma música e voltar ao lugar onde a ouvi. O mesmo se passa com livros: quando às vezes pego num, também volto ao lugar onde o li. :)
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