Era normal, até meados do século passado, vermos algumas crianças e adultos, sobretudo na província, descalços pela rua. Para já nem falar dos campos, onde o facto era comum. Eram os pés-descalços, como noutros países os descamisados, que constituiam o grande grupo da população portuguesa: os pobres. A situação vinha de longe (ou de sempre?) e, hoje em dia, parece que estamos, vertiginosamente, a retroceder e a encaminharmo-nos para uma posição idêntica.
Ora, entre 1846 e 1847, no Minho, pela região do rio Cávado, esta população desfavorecida, desagradada com as decisões governativas, a subida de impostos e medidas legislativas proibindo os enterros nos adros e igrejas, revoltou-se e pegou em armas. O nome por que ficou conhecida esta sublevação foi o de Maria da Fonte (mulher que provavelmente nunca existiu) mas, também por Patuleia. Ou seja, a revolução dos pés-descalços, ou dos patas ao léu - daí o nome de Patuleia.
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