quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

As pequenas esperanças


Quase no final deste annus horribilis português de 2012, em que até os burlões mais nefandos (BPN) se podem dar ao luxo de passear, alegremente, pelas avenidas ensonadas (para não dizer complacentes ou, mesmo, cúmplices) da Justiça (?) lusa, há uma ou outra "pequenina luz bruxuleante" (Jorge de Sena) que não nos faz desesperar de todo.
É notícia, hoje, nos jornais, a tomada de responsabilidade da Câmara Municipal do Porto, sobre o espólio da Fundação Eugénio de Andrade, extinta em 2011, em parceria com a Biblioteca Pública da cidade. Atitude louvável e nobre de uma instituição, num país em que os bons exemplos escasseiam e onde a Cultura é mandada para as urtigas, por grande parte dos políticos.
Mas também é preciso dizê-lo, o duelo do protagonismo à custa do alheio, de uns, e a cupidez material, de outros, foram maioritariamente responsáveis pela liquidação da Fundação Eugénio de Andrade. Gentinha chula que se quis apoderar e viver à custa de um Nome.
A reedição da obra do Poeta pela Assírio e Alvim (grupo Porto Editora) é, também para mim, um motivo de júbilo e a garantia isenta da continuidade daquilo que, de bom, grande e nobre, Eugénio de Andrade nos deixou, para sempre.

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