Em Malraux (1901-1976), prefiro "Les voix du silence" a "La condition humaine", ou seja, a sua ficção troco-a, de bom grado, pelos seus pensamentos sobre Arte, em geral. E tive o privilégio de ver, em televisão, vários programas em que ele discreteava sobre temas artísticos. Pesasse embora o facto de ser penoso vê-lo, pelos tiques físicos e esgares faciais que alguma doença nervosa (?) lhe provocou, nos últimos anos de vida.
Por outro lado, e já aqui o disse, aprecio muito os retratos por palavras. Ora, "Le Monde" de 13/7/12, a propósito do sucesso de "Journal 1918-1933", escrito por Hélène Hoppenot (1896-1990), trancreve o retrato que ela fez de André Malraux. E aqui fica, em tradução despreocupada que fiz:
"Magro e pálido, os olhos bugalhudos, cem por cento cerebral. As palavras, as frases, desarrumam-se na sua boca, os seus gestos bruscos transformam-se num fogo de artifício de tiques e a ginástica mental a que nos obriga, para segui-lo, deixa-nos exaustos, como se depois de uma forte gripe."
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