segunda-feira, 16 de julho de 2012

A par e passo 2


O gosto exclusivo da novidade marca uma degenerescência do espírito crítico, porque nada é mais fácil de julgar que a novidade de uma obra.
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O que há de mais humano.
Alguns acreditam que a duração das obras se deve à sua "humanidade". E esforçam-se por ser verdadeiros.
Mas haverá maior duração do que a das obras fantásticas?
O falso e o maravilhoso são mais humanos que o homem verdadeiro.
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A ideia poética é aquela que, posta em prosa, reclama ainda o verso.
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A expressão do sentimento verdadeiro é sempre banal. Quanto mais se é verdadeiro, mais se é banal. Portanto é preciso procurar não o ser.

Paul Valéry, in Tel Quel I (pgs. 21, 29, 35).

2 comentários:

  1. Não sei se concordo com estas citações de Valéry.
    Concordo com a última, mas também não vejo mal em ser-se banal. De vez em quando. :)

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  2. À primeira adiro completamente. Até porque o nosso tempo (pelo menos, o português) se desunha em descobrir talentos, todas as semanas...,que morrem passados 2 ou 3 meses.
    A segunda e quarta citações, Miss Tolstoi, parecem-me extremamente literárias e quase...pessoanas. Mas creio que Pessoa já o tinha dito antes.

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