Pode ser uma alma alucinada que corre, vertiginosa, pelas ruas da Baixa, ou uma tensão de rosto, agressiva, que não chega a deflagrar, à beira-rio. Em qualquer dos casos é o vinagre da vida, o vinho de juventude que azedou, definitivo.
Até pode haver atenuantes de um branco excessivo, uma inveja corrosiva que pede uma felicidade gustativa igual, um sabor de fruto inexistente. Mas que a memória recorda para sempre, expulsa que foi do Paraíso. Que, aliás, nunca existiu.
Despedimo-nos sem pena e, muito menos, saudade. O rio há-de esquecer-nos, e há-de continuar a passar por outros olhos. Que importa, se já não estaremos aqui?
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