Tenho a profunda convicção que a memória não retém, com grande rigor, recordações climáticas extremas ou muito adversas. No meu caso particular é pacífica e certa a recordação da neve: aos 7, aos 14 e aos 20 anos, sempre no Norte. O maior frio que senti, foi num Janeiro de Lisboa, no local onde hoje se erguem (nessa altura ainda não existiam) as Torres das Amoreiras, no princípio dos anos 80. Mas o vento mais gelado que me "atravessou", aconteceu nos anos 90, Agosto, em Blankenberge, praia do Mar do Norte, e à noite. Maior calor de sempre: uma chegada ao Algarve, Agosto de 1976 - mal se conseguia respirar.
Ultimamente, passamos 2/3 dias de "algodão", com nevoeiro a cercar-nos por todos os lados, qualquer coisa entre Bergman e Londres, criando situações que pareciam irreais. E recordei-me de uma noite memorável de Janeiro (ou Fevereiro) de 1977 (?). Vinhamos cinco pessoas, do Porto, e jantamos num pequeno restaurante que ficava junto do local, a norte, onde acabava a Pateira de Fermentelos. Saímos do restaurante, cerca das 22,00 horas. Entre S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis, o nevoeiro era tão cerrado que o condutor do automóvel vinha com o rosto colado ao vidro da frente, tentando adivinhar o caminho. O parceiro do lado, vinha de cabeça de fora, dando indicações sucessivas. Os três que vinhamos atrás viviamos um constante sobressalto, inclinados para a frente. Quando chegamos a Lisboa já passava das 5,00 horas da manhã. Famílias, entretanto, preocupadíssimas...ainda não havia telemóveis.
Quando eu tinha aí 15 anos fez um grande frio em Lisboa. Fizemos uma espécie de contestação na escola porque não se aguentava o frio. E eu não sou propriamente friorenta. Mas deu resultado: lá apreceram uns aquecedores.
ResponderEliminarE também (parece-me que) em 1981. O frio era tão grande que trabalhámos de gorro e, de vez em quando, punhamos umas luvas que depois tirávamos porque atrapalhavam. :)
No Inverno de 1978, chovia tanto que tive de parar o carro, entre Leiria e a Batalha. Não se via nada, só chuva.
Em vez de "apreceram" é "apareceram". :)
ResponderEliminarTalvez o seu 1981 seja, também, o da minha experiência, embora não esteja certo disso.
ResponderEliminarQuanto a chuva intensíssima, também passei por uma situação diluviana, entre Dilsen e Colónia, por uma estrada diminuta, reduzida a metade por obras que estavam a ser feitas, nos anos 90.