Menos que uma opção incondicional pela obra - que me deixa normalmente dividido - de Fernando Botero (1932), nascido em Medellín, a escolha de hoje aplica-se, sobretudo, à época natalícia que atravessamos. A marca do pintor colombiano, quer na pintura, quer na escultura, é o excesso. Não o excesso na desconstrução como se observa em Francis Bacon ou, até, em José de Guimarães, mas uma reconstrução no abuso dos corpos e na sua exuberância carnal. O feio em Bacon é o horror, o feio de Botero é, habitualmente, obesidade, como se uma raíz cristã o impedisse de ir mais longe.
A obra "Nossa Senhora de Cajica", de 1972, pertence a uma colecção particular. Nada mais contrastante que a boçalidade facial e corporal da Madona, com o tratamento miniatural, fino, da hagiografia circundante na ramagem ou nas nuvens, e as pequenas frutas delicadas. Singular é, também, a longa e sinuosa serpente, parcialmente visível, aos pés da Virgem.
Giríssimo! Mas eu que não aprecio as gorduras do Rubens, gosto destas gordas e gordos do Botero, porque, no geral, os acho vivos e divertidos.
ResponderEliminarDas que conheço, é uma das obras de Botero que mais aprecio, MR. Também não gosto, particularmente, de Rubens - há muita celulite..:) Botero, acho eu que não ficou imune ao barroco tropical...
ResponderEliminarPois não! E ao calor tropical. :)
ResponderEliminarJá somos três a não gostar das gorduras das mulheres de Rubens.
ResponderEliminarHá dias colocou uma citação sobre o assunto aqui no blogue, mas eu não consegui comentar.
ResponderEliminarSeja bem-vinda, Miss Tolstoi! Duplamente.
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