Temos por vezes, os amadores de História, uma visão romântica que convida a um maniqueísmo redutor de cobardia/coragem para julgar os factos, esquecendo os interesses que estiveram por trás das razões políticas. Não tendo em conta, normalmente e por exemplo, o poder subtil do dinheiro e motivos obscuros, na tomada de decisões que nos parecem puramente heróicas, corajosas e eticamente louváveis.
Este livro de Mafalda Soares da Cunha, editado em 2000, intitulado "A Casa de Bragança - 1560-1640...", que recomendo, pelo tom fundamentado e pormenores coerentes, merece ser lido com atenção porque nos permite perceber melhor algumas atitudes da sereníssima Casa, durante a usurpação filipina. Aliás o nosso Filipe I (II de Espanha) costumava dizer, por palavras suas, que tomara Portugal por direito, com tropas e dinheiro...
Este livro, que foi uma dissertação de doutoramento, corrobora também 2 coisas simples, mas muito bem evidenciadas na leitura:
1. que o Poder é, muitas vezes, distância;
2. que algumas decisões políticas, embora nos parecendo correctas, nem sempre são nobres.
Há quem afirme que esse Filipe era mais português que espanhol, o que não deixa de ser curioso, se considerarmos que foi, para os espanhóis, uma espécie de «Rei Sol».
ResponderEliminar"Rei-sol", mas muito sombrio, ao que parece, muito embora escrupuloso respeitador das regras acordadas nas Cortes (Tomar?). E passou 3 anos em Lisboa, não se tendo dado mal, por cá. Foi pior com o filho e com o neto...
ResponderEliminarVale a pena ler a entrada da Wikipedia, na versão inglesa, sobre a Batalha de Alcântara (e ver a gravura). Metade das tropas do Duque de Alba eram alemães e italianos (20 mil homens). Ver aqui:
ResponderEliminarhttp://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Alc%C3%A2ntara_%281580%29
Gracías!, ms.
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