domingo, 11 de dezembro de 2011

Cidade Capital de Cultura 2012 / Fastos vimaranenses XI : Paços dos Duques de Bragança



Muito próximos do Castelo, no chamado Monte Latito (ou "Colina Sagrada" como gostam de lhe chamar os vimaranenses), os Paços dos Duques de Bragança são, no meu modesto entender, o edíficio mais singular de Guimarães. Foram mandados construir pelo primeiro conde de Guimarães, D. Afonso, filho bastardo de D. João I. Viúvo da filha única de Nuno Álvares Pereira, o conde voltou a casar com D. Constança de Noronha, e os Paços começaram a ser edificados, por volta de 1420. D. Afonso era um homem viajado e conhecedor da arquitectura europeia, daí, talvez, a traça do edíficio ter sido de um tal "Mestre Antom", provavelmente francês, e "sob a vedoria de Johane Steuez". Foi habitado pelos duques sequentes, mas a partir do séc. XVII, começou a entrar em decadência.
Em finais do séc. XIX, o edifício apresentava-se já muito desfigurado (como se pode ver pela 1ª imagem que data de 1886), porque fora adaptado a quartel - situação que se manteve até ao início do séc. XX. Foi lá oficial, Raul Brandão, que em Guimarães veio a conhecer a sua futura esposa. Em meados do séc. XX, começaram as obras de restauro, que tentaram reconstituir a traça de Mestre Antom. Renovada a capela, os restantes espaços foram preenchidos por boas peças de Arte Sacra, cópias das Tapeçarias de Pastrana, bem como outras, flamengas, de Jan Raes. Os Paços dos Duques incluem também um significativo acervo de armas do 2º visconde de Pindela. Um interessante retrato da rainha de Inglaterra, D. Catarina de Bragança, e a emblemática obra de Josefa de Óbidos, o "Cordeiro Místico", para citar apenas uma pequena parte.
Indo a Guimarães, é imprescindível visitar os Paços dos Duques de Bragança.

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