Num compêndio de História, dita séria, Domitília é, quando muito, uma pequena nota de rodapé, mas ainda hoje há quem, no Brasil, lhe ponha, no túmulo, flores frescas e lhe atribua aura de santidade. Algumas prostitutas que, por exemplo, pondo os olhos na história da vida dela, pensem salvar a sua, no futuro. De seu nome completo, Domitília de Castro e Canto Melo, Marquesa de Santos por graça de D. Pedro IV, nasceu a 27 de Dezembro de 1797, de ascendentes açorianos. Tinha, ao que se diz, um corpo muito harmonioso, e era bonita.
Nem sempre se diz, no entanto, mas eu estou convicto que o primeiro Imperador do Brasil, além de ser arrebatado como o irmão Miguel, era também um pinga-amor. Pelo menos, pela quantidade de filhos que deixou no Brasil, para além de outro, que teve de uma senhora francesa (Adèle Bonpland?, Clemence Saisset?), e que veio para a Europa com a mãe. Só de Domitília, teve D. Pedro IV, cinco filhos, 2 deles mortos de tenra idade. Devia ser mulher fogosa, a Marquesa de Santos, e prolífica porque, de dois casamentos e uma ligação régia, teve nada menos do que 12 descendentes. Conta-se que Domitília, durante a relação (1822-1829) que teve com o Imperador, ainda disparou uma arma de fogo contra a irmã, Maria Benedita (Marquesa de Sorocaba) que também se entendia com D. Pedro e de quem teve um filho: Rodrigo Delfim. A relação da Marquesa de Santos com Pedro acabou pouco depois da morte da Imperatriz Leopoldina, quando o primeiro Imperador do Brasil resolveu casar com Amélia de Leuchtenberg.
Domitília voltou ainda a casar com um obscuro brigadeiro, Rafael de Aguiar, de quem veio a ter mais 4 filhos. A Marquesa de Santos morreu, pia e caridosa, a 3 de Novembro de 1867.
Há anos que quero ler uma biografia da Marquesa de Santos.
ResponderEliminarUma capricorniana curiosa, esta Marquesa de Santos!
ResponderEliminarMas da imagem gosto, sobretudo, do ar arreitado (ver Camilo) do D. Pedro IV.
Saudações.
ResponderEliminarPara nós, brasileiros, Pedro foi I. A Marquesa, que atirou (segundo se conta) na própria irmã, Baronesa (creio que haja equívoco no título de marquesa) de Sorocaba dedicou-se a obras de caridade e a promover saraus depois do rompimento com D. Pedro I. Seu último marido, fazendeiro em minha cidade, deixou descendentes legítimos e bastardos por aqui, portanto, descendentes de Dona Domitila (cujo sobrenome Canto é de minha família materna).
Sem dúvidas, é uma mulher cuja vida merecia ser mais estudada, inclusive, para apagar máculas sobre sua relação com nosso Imperador e sua vida privada.
Fraternalmente,
Agradeço as suas rectificações, meu caro Richard.
ResponderEliminarSaudações cordiais!