O conhecimento da História do próprio país e da Europa no seu conjunto é, cada vez mais, um imperativo contra sobrancerias várias. Julgamos que o desdém - particularmente de um determinado tipo de alemães - se alimenta tanto da enorme ignorância do passado como do esforço em apagar da memória momentos de privações extremas. No entanto, certa altivez alemã não encontra eco na generalidade da população como têm demonstrado as últimas eleições em vários estados da Alemanha.
Seria, pois, conveniente recordar dois ensinamentos de "cartilha", transmitidos aos meninos da primária, no pós-guerra, numa linguagem simples, mas convincente.
1º - Com vista a impedir uma ameaça futura, houve quem se opusesse, numa primeira fase a seguir à 2ª Guerra Mundial, à reconstrução do potencial económico alemão destruído. Como todos sabemos, tal intenção não se concretizou, permitindo à Alemanha um caminho de prosperidade, por motivações várias, que não cabiam ao menino da primária perceber inteiramente.
2º - A imagem acima reproduzida encerra a essência do segundo ensinamento. Para além de relatos familiares, de viva voz, sobre experiências extremas no final da guerra, também houve quem se lembrasse, com uma alegria contida, da recepção, a partir de 1948, de uma encomenda especial, o "CARE-Paket" com viandas. Ainda hoje existe esse movimento de solidariedade [www.aktion-deutschland-hilft.de], com uma afirmação certeira: "auxílio primeiro para a Alemanha, depois auxílio na/da Alemanha."
Terminamos os ensinamentos úteis recebidos na escola com uma citação retirada do texto de H.N. (publicado recentemente, no ARPOSE, sobre Camus), cuja leitura nos encaminhou, certamente, para a elaboração do presente "post". Reza, assim, a citação: "a pobreza «que não se escolhe mas que pode guardar-se» ... "
Post de HMJ
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