quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Memória 63 : a geografia dos Cafés


Se formos capazes de evitar o derrame lírico e a nostalgia inútil, é sempre bem agradável voltar às ruas por onde fomos jovens. E os Cafés podem funcionar como marcos geodésicos para saber por onde andamos.
Primeiro terá sido o "Paulistana", mesmo em frente ao "Monte Carlo", para onde vi entrar, muitas vezes, o Carlos de Oliveira, que morava perto. Depois "A Cubana", de esquina, que ainda foi restaurante. Todos eles abatidos, já inexistentes.
O terceiro foi de frequência mais fiel e mais longa. O "Café Ceuta" frequentado pelo Tomaz de Figueiredo, onde entrava, às vezes, o actor Artur Semedo, que morava por cima, no mesmo prédio - se bem me lembro. Finalmente "A Ribalta" de bem curta duração, porque mudei para outras paragens, onde o "Montalto" passou a pontificar. Todos estes sobrevivem, e creio que se recomendam...
Avenidas Novas, que parecem velhas à memória.

Citações LXXXIV : Charlie Chaplin


"Eu continuo a ser uma coisa só, apenas uma coisa - um palhaço, o que me coloca num nível bem mais alto que o de qualquer político."
Charlie Chaplin (1889-1997).

Georg P. Telemann (1681-1767)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Curiosidades 45 : Excelência e Senhoria


Sempre foram muito ciosos dos seus direitos e respeitadores de regras estritas de tratamento, os nobres portugueses, mas não o seriam menos os castelhanos. Era ponto assente, pelo menos para os lusitanos, que apenas o duque de Bragança tinha direito ao tratamento de Excelência, durante a dominação filipina (1580-1640). Já no séc. XVII, o duque de Bragança, D. Teodósio (1568-1630), dirigiu-se por escrito ao vice-rei de Portugal, conde de Salinas e marquês de Alenquer, tratando-o por: Senhoria.
O vice-rei ficou furioso e respondeu, tratando o duque da mesma maneira. Aquando da recepção desta carta, e vendo o tratamento que o vice-rei lhe dera, D. Teodósio deixou cair a carta para o chão e proibiu que os criados a apanhassem, exclamando: "E dizei ao marquês de Alenquer que, quando os seus avós eram lavradores na Chamusca, os meus estavam já cansados de serem reis de Portugal!"

Uso pessoal 6: Colecção de lenços

Em tempos, nas Linhagens aqui no ARPOSE, falávamos de uma colecção de lenços que reuníramos na juventude. Mas, o tempo encarregou-se de dispersar a colecção inicial.
Portanto, os lenços que apresentamos de seguida são uma nova tentativa de reunir esses objectos de uso. Em primeiro lugar, apresenta-se o estojo dos lenços:

Seguem-se três conjuntos de lenços, de desenho e tecido mais fino até ao mais popular no canto superior direito. 


Nas visitas às feiras da ladra confesso que encontro, já, poucas caixas de lenços. Mas quando aparecem, não consigo resistir.

Post de HMJ

Verde azul


Na terceira linha do horizonte, depois do rio e da mancha alta e cinzenta da Arrábida, as nuvens assumem um espantoso verde azul, improduzível, que, creio, nem Turner descobriu - decerto. Também o vejo pela primeira vez, que me lembre. Entre o fundo da terra e, mais alta, a cor banal do céu, com os habituais branco, azul e esparsos fiapos de nuvens róseas, este raro verde azul, ao fim da tarde. Será o raio verde de que fala Júlio Verne, mas numa exposição alongada e demorada?
Quanto aos estorninhos já sei que, o mais tardar, às 17,30, desaparecem do horizonte e deixo de os ver. Mas não sei para onde vão.

Osmose (26)

O corpo inclina-se à esquerda, irremediavelmente, na subida, como se, contraíndo o flanco para esse lado, o  pudesse proteger melhor. A fronte vai-lhe perlada, apesar de Dezembro, quando lhe fico paralelo, na montra da livraria da Rua do Carmo. Vejo que também é desse lado que as rugas são mais fundas, junto à boca. O Heitor, entretanto, vem à porta para me cumprimentar. O velho parte primeiro. Pouco depois, volto a notar-lhe a inclinação sobre o lado esquerdo, quando retomo a subida. Como um touro já lidado, em que as bandarilhas lhe maceram apenas o flanco esquerdo, ferido. E sangrando sempre.

Revivalismo Ligeiro LXI : (os 79 anos de) Little Richard

domingo, 4 de dezembro de 2011

Poema grego antigo : O caranguejo e a serpente


Assim disse o caranguejo
colhendo em sua pinça uma serpente:
«Há que ser recto para com o companheiro
e não pensar retorcidamente.»

De Cantos de Banquete, autor anónimo.

Nota: a tradução foi feita da versão castelhana de Carlos García Gual (Antologia de la Poesia Lirica Grega).

Rainer Maria Rilke


O grande poeta alemão nasceu a 4 de Dezembro de 1875, mas a sua influência ainda hoje se faz sentir na poesia europeia. Além da sua obra em verso, um dos seus livros mais importantes é "Os Cadernos de Malte Laurids Brigge", que Paulo Quintela traduziu em 1953/54, tendo sido publicado em 1955. O Professor de Coimbra chama-lhe "romance", classificação que tenho alguma dificuldade em aceitar, preferindo-lhe o original "cadernos", ou diário em prosa, muito embora não constem datas nesta obra de Rainer Maria Rilke.
Paris é o cenário omnipresente, muito embora o livro tenha sido iniciado em Roma, no ano de 1904. De lenta maturação, a obra atravessa o período conturbado em que Rilke foi secretário de Rodin, até se dar a ruptura, tendo sido publicado apenas em 1910, em Leipzig. Verlaine, Baudelaire e a "Dame à la Licorne" são referidos, mas também revisitações à infância e adolescência do Poeta. E uma lenta aprendizagem da Arte e da Vida.
No dia em que passa mais um aniversário do nascimento de Rainer Maria Rilke, venho lembrá-lo, na versão portuguesa de Paulo Quintela, através de um pequeno excerto da obra referida acima:
"...Já disse? Aprendo a ver. Sim, estou a começar. Ainda vai mal. Mas vou aproveitar o meu tempo.
Por exemplo: que nunca tinha tido consciência de quantas caras há. Há muitas pessoas, mas há ainda muitas mais caras, pois cada uma tem várias. Há pessoas que usam uma cara anos seguidos; gasta-se naturalmente, suja-se, quebra nas rugas, alarga como as luvas que se usaram em viagem. São as pessoas simples, poupadas; não mudam de cara, nem a mandam lavar. Serve muito bem, afirmam elas; e quem é que lhes pode provar o contrário? Mas perguntar-se-á: Se têm várias caras, que fazem das outras? - Guardam-nas. Serão para os filhos. Mas acontece também os seus cães saírem com elas. E porque não? Uma cara é uma cara. ..."

Mercearias Finas 43 : as Pintadas



O Sr. Rocha que, de profissão, se intitulava Aferidor da Câmara Municipal - e, por isso, respeitado e temido pelos comerciantes da Cidade -, em pessoa e figura, era uma espécie de Humpty-Dumpty, ovalado, com bigodes de morsa. Ou um Hitchcock, a que acrescentassem bigode, mas tivessem retirado o sentido de humor. Creio que não tinha filhos, lembro-me apenas de duas silhuetas femininas (a esposa e a empregada), ambas também rotundas e silenciosas, na casa ao lado. As despesas da conversa e o ruído, suportável, vinham todos do quintal que, embora não fosse grande, era amplo.
Porque o quintal do Sr. Rocha, ao lado do quintal onde eu brincava com as meninas Coelho, era uma espécie de mini-zoo aéreo. Havia periquitos, pintassilgos, melros, cucos em gaiolas, e depois: galinhas, capões, garnizés, pombas e rolas, e perus, nos dois galinheiros. E ainda uma catatua exótica, muito tropical no seu colorido exuberante. Mas o que mais me intrigava, pelo seu piar esquisito, era um bando do que me disseram chamarem-se: "estou-fracas" onomatopaicas, que cirandavam no enorme galinheiro junto ao muro, lançando o seu lancinante ruído vocal, periodicamente. E eu ficava expectante do silêncio delas, até que voltassem, em bando, a piar- "estou fraca!" Eram as galinhas da Índia (ou de Angola), mais conhecidas por Pintadas, ou da sua família genética.
Provei, hoje e pela primeira vez, na minha vida, uma Pintada estufada, acompanhada de batata assada, cenoura, nabo e couve-coração, com arroz. Estava muito boa e saborosa. Acasalou, e bem, com um Dão Cabriz 2009, tinto. E lembrei-me, ao almoço, com alguma saudade do Sr. Rocha que, aqui há muitos anos atrás, era Aferidor da Câmara Municipal, e tinha um mini-zoo de aves, no seu quintal, em Guimarães. 

Coblença, cidade deserta


66 anos após o fim da Segunda Guerra foi declarado, em Coblença, o estado de emergência. A razão, como o ARPOSE já referiu, é a detecção, no Reno, de uma bomba de 250 kg, semelhante a que vemos na imagem, para além de outras mais pequenas.


Segundo informações recolhidas, a bomba tinha a capacidade de arrasar um quarteirão inteiro de uma cidade. A foto seguinte demonstra, de forma surda, mas eloquente, a destruição de Coblença durante a guerra.


Haverá, certamente, nos sete lares de idosos evacuado e no meio de 45.000 habitantes retirados das suas casas, durante o dia de hoje, pessoas que ainda se lembram da Segunda Guerra, ao vivo.
Que o dia de hoje, com os incómodos infinitamente menores e a contemplação da bomba, desactivada e já sem poder de destruição, reavive a reflexão e a clarividência política em defesa de uma Europa solidária e de paz. 


Post de HMJ

Filatelia XXXI : Telegrafia Eléctrica (Telegramas)


A Telegrafia Eléctrica inicia-se, em Portugal, no ano de 1855, mas apenas para o Serviço Oficial. Só dois anos depois será alargado ao público, em geral. Inicialmente os telegramas eram pagos em numerário, mas a partir de 1882 ou 1884, e até, pelo menos, 1892, passaram a ser liquidadas essas operações através de selos postais de várias franquias inutilizados para o efeito comprovativo. Ou através de carimbos diversos sobre os selos, ou com a perfuração "em estrela" de 5 pontas. Ou ainda por carimbos, a vermelho, de roletes de 3 ou 4 linhas paralelas, em espinha. Mostram-se, na imagem, vários selos usados em pagamento do serviço de Telegrafia Eléctrica, ou Telegramas. Este processo ocorreu apenas no reinado de D. Luís.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Andrea Falconieri (1586-1656) : Chacona

Cidade Capital de Cultura 2012 / Fastos vimaranenses X: doçaria natalícia


Dentro do espírito natalício, lembrei-me do pequeno livrinho [145 x 105 mm] reproduzido abaixo. Tem 20 páginas, dedicadas aO Natal na Cozinha, publicação editada pelo Museu Alberto Sampaio, a propósito de uma exposição sobre o mesmo tema, em 1984, na cidade de Guimarães. Infelizmente, nunca mais encontrei este livrinho em visitas posteriores ao Museu.

Nas primeiras oito páginas fala-se da evolução dos hábitos alimentares para, de seguida, apresentar as várias receitas de doçaria natalícia: aletria, bacalhau doce, mexidos (com 6 variantes de receitas] e rabanadas (com 5 receitas).
Ora, é exactamente dos mexidos que escolhi receitas para reproduzir. Na imagem acima, uma variante publicada no Comércio de Guimarães que, aliás, anualmente e durante a época natalícia, costumava incluir receitas para a consoada. Outras variantes, que se seguem na imagem, foram tiradas do livrinho em epígrafe:


As receitas originais de Mexidos falam em pão de Padronelo que, mais a sul, se tem que substituir por pão de forma. Quanto ao resto, está tudo explicado nas receitas e confesso que é uma papinha doce, enriquecida com o melhor do campo: ovos, manteiga, mel, pinhões, nozes e vinho do Porto, muito apropriada para enfeitar a farta mesa natalícia, ao lado de rabanadas e de outras iguarias.

Post de HMJ

Joan Baez

Como o prometido, a LB, é devido, aqui vão quatro discos de Joan Baez da nossa colecção de discos vinil.


Os primeiros três discos foram comercializados pela Amadeo, de Viena, e devem ter sido comprados na segunda metade dos anos sessenta do século passado. O último, da Vanguard, é de 1968 e foi comprado mais tarde, sobretudo por incluir poemas de García Lorca.
Da Youtube fica, para ouvir, a canção Farewell, Angelina.



Post de HMJ,
dedicado a LB

Nem tudo são rosas, para os alemães...


Fora algumas dores de cabeça e vergonha que a Sra. Merkel provoca nos alemães mais esclarecidos e democráticos, perante as suas atitudes rígidas e rusticamente reprováveis em relação à UE, nem tudo são rosas na vida dos alemães, hoje em dia. Só dos seus rendimentos, são-lhes retirados todos os meses, 5%, por causa do contributo para tornar a ex-RDA comparável à ex-RFA, depois da Queda do Muro de Berlim. E isto, até 2020, pelo menos. Mas, depois, ainda há mais agruras inesperadas...
Nos últimos dias (alterações climáticas?), o Reno corre com caudais mínimos e obrigou a restrições no transporte fluvial. Mais: deixou a descoberto uma bomba de grandes dimensões, no rio, não activada e lançada pelos Aliados no final da II Grande Guerra, junto a Coblença. Investigações recentes, localizaram, junto a esta, uma outra bomba mais pequena, mas potencialmente mais perigosa, no fundo do Reno, também inactivada, ainda.
Assim, amanhã domingo, 4 de Dezembro, cerca de metade (45.000 habitantes) da  população de Koblenz será evacuada de suas casas para o Ehrenbreitstein, para Escolas, e Edíficios Públicos de maior dimensão, para que estas 2 bombas possam ser retiradas e desactivadas, em segurança, por entidades competentes. Não bastava a Sra. Merkel, para os alemães ainda terem de arcar com as sequelas e consequências velhas do nazismo. Nem tudo são rosas... 

Pinacoteca Pessoal 21 : Renoir - a Arte feliz


Embora o considerem da linhagem e na sequência natural de Rubens e Fragonard, Pierre-Auguste Renoir, nascido a 25/2/1841, em Limoges, é bastante mais do que isso. O que em Rubens é, muitas vezes, exuberância, é, nos nus de Renoir, uma sensualidade contida e uma alegria de viver, pressentida. Dizia Raymond Cogniat que "Cézanne olha e raciocina, Renoir vê e sente". Para Cézanne o modelo era um pretexto que tinha como objectivo a Pintura; em Renoir será a concentração sobre a personagem do modelo que mais lhe importa. Aliás, os nus na obra de Renoir são tardios, surgem apenas à roda dos 40 anos do pintor. Inicialmente, em cores dispersas, alastradas que, após conhecimento mais profundo da obra de Rafael (quando esteve em Itália), se concentram e intensificam, dando mais densidade às figuras.
O quadro em imagem (Petite Baigneuse Blonde, de 1887), pertence  ao acervo da Nasjonalgalleriet, de Oslo. Renoir morreu, em Cagnes, a 3 de Dezembro de 1919.

Centenário do nascimento de Nino Rota


Embora a predominância das imagens do vídeo vá para Fellini, ouve-se a voz de Nino Rota (nascido a 3 de Dezembro de 1911) na troca de impressões sobre um tema do filme que ele toca, no final, ao piano.

Obsv. : poste rectificado por novo vídeo, em 14/10/2012. O anterior tinha sido "sugado" pelo Youtube.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Frédéric Chopin / Dinu Lipatti

Retro (4) : Brasil (2)


São dois velhos reclamos de há oitenta anos, publicados numa revista brasileira ( O Tico-Tico ) infantil. Mas o público-alvo era a geração mais velha, lá de casa. Os desenhos, muito primitivos, jogam com o aspecto visual da posição em que são vistos pelo cliente, em potência. Ou atingido por calvície precoce, ou por uma aflitiva dor de dentes, o visado tinha que virar a revista ao contrário para poder ler as indicações, na totalidade.
Creio que, em Portugal e mais tarde, se utilizou também, para anúncios de jornais e revistas, este truque visual interessante, para chamar a atenção de futuros clientes.

Livrinhos 2 : William Shakespeare


É um livrinho simpático, comprado em Madrid, por onde li Shakespeare, pela primeira vez, numa versão em prosa de Bernardo Vazquez, em finais dos anos 50 do século passado. Foi editado em Barcelona pelas Ediciones G. P., para a sua colecção Enciclopedia Pulga. O voluminho custou 5 pesetas, equivalentes na altura a cerca de Esc. 4$00. A capa (portada) é de autoria de COLL, segundo informa o frontispício.

Da janela do aposento 5


(Tomo de empréstimo, com a devida vénia, o título desta rubrica a HMJ) e diria:
Deste tempo livre que se debruça, agora, com mais atenção sobre a Vida, principalmente passada, há ainda intervalados, raros é certo, momentos de surpresa, de mágoa também, talvez, mas também de alegria.
De coisas simples que deixei passar por desatenção, pressa, impaciência, mas também pela muita ocupação e trabalho, e stress injustificado que me cegava para tudo aquilo que me rodeava. Fosse a Natureza ou o comportamento dos homens. E de que, agora com minúcia e devagar, me vou despedindo com ternura. E já com imensa saudade, nesta certeza de voltar, irremediavelmente, ao nada eterno e infinito.

No aniversário do nascimento de Otto Dix



Já aqui no Blogue falei, por duas vezes, em Otto Dix (1891-1969), pintor expressionista alemão, dos mais importantes. Nasceu a 2 de Dezembro de 1891, do signo de Sagitário, portanto, que é simbolizado pelo mitológico Centauro, meio cavalo, meio humano. E gostava de acentuar esta duplicidade através da sua obra multifacetada. Até ao fim da II Grande Guerra, pelo seu lado terreno de traço agressivo e realista, depois pelo desenho pacificado, mais ameno e espiritual, religioso, em suma, como se pode ver pela imagem.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Divagações 17


Mal terei visto o rio e, agora, tenho pena.
Parece que, assim como nasce o vento subitamente, pode crescer a ira, de coisa nenhuma, ou de pequenas sílabas que criam um sentido hostil, germinando violentamente do desencontro. Alguém dissera à mesa, pouco antes, que nestes últimos anos aprendêramos a ser mais conviventes. Mas pouco depois desabou a tempestade. Uma "walpurgisnacht", a meio do dia. De permeio, não a consegui evitar. Por três vezes tentei, sem resultado, inflectir-lhe o rumo. Finalmente, utilizei um dos dois direitos de que fala Camus, que restam sempre a um homem, em situações de emergência.
Mas quando dei por mim, era já noite.

Favoritos LVIII : Rex Stout



Nascido a 1/12/1886, Rex Stout foi um autor americano de grande sucesso, sobretudo em romances policiais. Mas escreveu também ficção e publicou até um livro de receitas culinárias. Os seus policiais tinham títulos tão sugestivos que o pintor belga René Magritte aproveitou um ou outro como inspiração para nomear os seus quadros. A personagem emblemática dos policiais de  Rex Stout é o detective Nero Woolfe (com o ajudante e narrador Archie Goodwin), de vaga ascendência balcânica, obeso, gourmet apreciador de cerveja, e fervoroso criador de orquídeas. Rex Stout foi muito traduzido em Portugal. E creio que posso afirmar que os 46 policiais, em que entra Nero Woolfe, têm todos versão portuguesa. Rex Stout morreu em 1975.
Em imagem, as capas de dois policiais traduzidos: o nº 164 da colecção Xis (Minerva, 1966) e o nº 673 da Colecção Vampiro (Livros do Brasil, 2003), repectivamente de Edmundo Muge e A. Pedro.

Música Popular Galesa / Catrin Finch

Comic Relief (38) : de Natal


Perdoe-se a publicidade!...

Adagiário LXXVI : Dezembro (2)


1. Em Dezembro a uma lebre, galgos cento.
2. Se os pepinos dessem em Dezembro, ninguém os comeria.
3. No dia de S. Tomé (21), pega o porco pelo pé.
4. Nem no Inverno sem capa, nem no Verão sem cabaça.