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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Adagiário (?) CCCLXV


 
Volto, com prazer e ciclicamente, a alguns dos livros do escritor minhoto Tomaz de Figueiredo (1902-1970) e nunca dou por mal empregue o tempo que lhe dedico, na leitura. Alguma coisa, quase sempre, aprendo ou reaprendo sobre a língua portuguesa. Uma das suas obras mais folheada é sem dúvida o póstumo Dicionário Falado (1970), onde num anterior prefácio (Novembro de 1968) do autor fui encontrar uma frase que quase parece um provérbio, e a que achei graça. Da página XII, aqui a deixo registada, para que se não perca:

"Tem cada qual a sua maneira de matar pulgas, quem com as unhas não pode, com os dentes acode..."

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Uma louvável iniciativa 56


A classificação de escritor regionalista funciona para muita gente como um anátema. E, nessa medida, João de Araújo Correia (1899-1985) está na mesma linha que um Aquilino ou um Tomaz de Figueiredo, o que, no meu modesto entender, é uma lídima tradição portuguesa.
O jornal Público tem vindo a fazer acompanhar, as Terça-feiras, de um bónus que é um livro de escritores médicos. Ontem, calhou a vez de Araújo Correia. Cada volume - edição fac-similada da primeira publicada - custa 6,90 euros. Que me parece um preço justo.
Aqui fica a informação a quem possa interessar.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Da riqueza e das dificuldades da língua portuguesa


Comecei a ler Aquilino já tarde. Creio que pelos idos de 70. Mas já me habituara a identificá-lo pelas capas sóbrias das suas obras, editadas pela Bertrand. Na Póvoa e por Agosto, costumava ver um advogado, frente ao mar e reclinado na sua cadeira de lona, absorto em leituras aquilinianas; o pai do meu amigo Chico, que era médico, também não dispensava, nas férias balneares, o seu Aquilino, repimpado frente ao Atlântico poveiro.
Quando me iniciei nas leituras aquilinianas não estranhei muito o seu vocabulário luxuriante. Já frequentava Guimarães Rosa, nessa altura, bem como o minhoto Tomaz de Figueiredo, para não falar de Camilo, que caprichava em usar as palavras exactas. O transmontano, médico também, João de Araújo Correia, veio mais tarde à minha mão. Também ele purista, terrunho, rico em aplicar tesouros e termos quase esquecidos em tudo aquilo que escrevia.
Há dias, comprei mais um livro dele, de contos (23) curtos, distribuidos por 97 páginas. Usado custou-me apenas 2,50 euros. Pequena monta para tanta riqueza lexical. Logo, nas duas primeiras e breves narrativas, me deparei com 6 estranhas palavras de que só conhecia, por vaga ideia, três delas. Que aqui deixo:
1. lambisqueira
2. galhipo
3. madrigueira
4. estriga
5. prear
6. calipígia.
Tenho grandes dúvidas que as novas gerações sejam atraídas para estas leituras, que lhes serviriam de enriquecimento notório da sua limitada língua portuguesa que, resumidamente, praticam. Sempre frenéticos e à procura de qualquer novidade estridente, estas antiqualhas devem parecer-lhes odiosas. Mas, com isso, estarão cada vez mais condenadas aos grunhos quotidianos do costume. E é pena!

para a Maria Franco, que é fã de Araújo Correia, com estima.

sábado, 16 de setembro de 2017

Divagações 125


Eu creio que os escritores, ditos regionalistas, estão em queda livre, nas preferências dos leitores.
E também sempre achei que Aquilino Ribeiro (1885-1963) estava para a Beira Interior, assim como Tomaz de Figueiredo (1902-1970) se posicionava para o Minho. Sem comparar qualidades.
O que eu não esperava, é que pudesse vir a comprar, em S. Martinho de Anta, e sob o alto patrocínio de Miguel Torga (1907-1995), um voluminho simpático e bonito sobre a vida e obra do autor de Nó Cego (1950). Mas assim foi, e bem, que o livro é merecedor e o romancista bracarense, também.



Conheci-o, de vista, já lisboeta adaptado, em meados dos anos 60, no Café Ceuta (Av. da República), perorando a uma mesa do canto, entre o poeta Mendes de Carvalho (1927-1988) e a, depois, actriz, Maria do Céu Guerra (1943). Falaria do Minho, com certeza, e das suas andanças passadas, dos seus cães e caçadas, mas também da sua meninice, naquele seu muito próprio vocabulário antigo e riquíssimo de que os seus livros estão engrinaldados. Eu não trocaria os seus Tiros de Espingarda (1966) por quantos tordos já se publicaram; nem o Dicionário Falado (1970), interessantíssimo, eu trocaria pela prosa deslavada do mãezinha caxineiro. Que a prosa de Figueiredo é como prata de lei... Desconto-lhe a poesia, que é fracotinha.



Pois, do Centro Miguel Torga, lá trouxe esta monografia sobre as andanças de Tomaz de Figueiredo, para matar saudades do seu linguajar minhoto, genuíno. E fiz muito bem. Regalei-me...

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Do tom


Os encómios, de leituras minhas recentes, que convergiam para A Ilustre Casa de Ramires, como obra preferida de V. S. Pritchett e Costa Pimpão, da bibliografia de Eça de Queiroz, levaram-me a repegar no volume e retirá-lo, da estante da biblioteca, levando-o para a mesinha de cabeceira. Até porque era o único romance de Eça de que eu não tinha a certeza absoluta de ter lido até ao fim. Depois, aquele carimbo circular da Livraria Académica, de Manaus, só poderia ter vindo do meu Tio Jorge, que andara pela Amazónia dos Brasis, em tenra e, muito provavelmente, difícil juventude... 
Foi, efectivamente, o reencontro confirmado. Com aquele atmosfera bem disposta, de gozo e de ironia, que faz reconhecível o tom ou estilo do "pobre homem da Póvoa de Varzim". Tal como a ambiência melodramática é a marca de água da escrita de Camilo, embora temperada, algumas vezes, por uma ironia mais sofrida. Para não falar do tom pungente de algumas obras de Raul Brandão, mais anoitecido ainda na prosa minhota de Tomaz de Figueiredo. Em contraponto com a algarvia claridade do tom de Teixeira Gomes, sulista e solar.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Escritores regionalistas (?)


Das suas crónicas jornalísticas reeditadas em livro ("Passos Perdidos", Portugália, 1967?), João de Araújo Correia (1899-1985) começa assim a primeira: "Aquilino Ribeiro é meu vizinho de além do rio..."
Médico, que exerceu em Peso da Régua, Araújo Correia é conhecido e classificado, muitas vezes, como um escritor regionalista, de Trás-os-Montes. O que, de algum modo, é um labéu ou maldição. Como foi para Tomaz de Figueiredo, que centrou boa parte da sua obra no Minho. Ou Loureiro Botas que tomou à sua conta o Litoral (Centro). Fugiu um pouco à sina, Aquilino Ribeiro, apesar das Beiras serem o cenário de muitos dos seus romances e novelas.
Em qualquer dos quatro escritores referidos, os regionalismos são frequentes, sendo a sua riqueza e a sua marca de água. Mas, talvez, também a sua maldição: parece que apressam o seu esquecimento...

domingo, 5 de outubro de 2014

Marcadores 23 : continente e conteúdo


Sempre que posso, aos sábados de manhã, passo pela rua Anchieta, para ver as bancas da feira dos alfarrabistas. Foi o que fiz ontem e a colheita foi proveitosa: 4 livros, um deles (de Tomaz de Figueiredo) para oferecer a um Amigo.
Num dos outros ("The new poets of England and America", 1957, com prefácio de Robert Frost), que tinha pertencido a José Palla e Carmo (1923-1995), pela assinatura de posse, vim a encontrar um pitoresco marcador de livros, que deixo em imagem (frente e verso), e que assinalava, na página 99, um poema de Michael Hamburger. Uma espécie de bónus inesperado, deveras agradável, e provavelmente dos anos 50 do século passado.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Memória 63 : a geografia dos Cafés


Se formos capazes de evitar o derrame lírico e a nostalgia inútil, é sempre bem agradável voltar às ruas por onde fomos jovens. E os Cafés podem funcionar como marcos geodésicos para saber por onde andamos.
Primeiro terá sido o "Paulistana", mesmo em frente ao "Monte Carlo", para onde vi entrar, muitas vezes, o Carlos de Oliveira, que morava perto. Depois "A Cubana", de esquina, que ainda foi restaurante. Todos eles abatidos, já inexistentes.
O terceiro foi de frequência mais fiel e mais longa. O "Café Ceuta" frequentado pelo Tomaz de Figueiredo, onde entrava, às vezes, o actor Artur Semedo, que morava por cima, no mesmo prédio - se bem me lembro. Finalmente "A Ribalta" de bem curta duração, porque mudei para outras paragens, onde o "Montalto" passou a pontificar. Todos estes sobrevivem, e creio que se recomendam...
Avenidas Novas, que parecem velhas à memória.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Circunstância e solidariedade


Num tempo de macro-assimetrias gritantes, de um pan-egocentrismo internacional e de um individualismo feroz há, por vezes, pequenos oásis de solidariedade natural, mas militante, onde apetece pousar.
Esta humanidade pode encontrar-se, por exemplo, em pequenos clubes onde se vai tomar o café, à noite, depois do jantar; pode albergar-se sob a sigla de agremiações amigas que, por um motivo próprio, criam momentâneas cadeias de concordância e calor humano, inesperados. Ou até pode, esta solidariedade de afectos, nascer e fortalecer-se num grupo dissonante, discretamente unido, que amesende em conjunto mas nem sempre, num pequeno restaurante modesto e familiar, situado numa rua incaracterística e vaga duma vila de província ou cidade de subúrbio - os milagres acontecem, quase sempre, em sítios improváveis...
No minúsculo restaurante, alguém disse: "- Como o Rui costumava contar..." Em tempo passado. Percebi, o Rui tinha morrido. Realmente, eu já não o via há mais de dois meses. Só tinha 57 anos e eu, que gosto de alcunhas, chamava-lhe o "Trotsky" - barba, óculos, movimentos, ideologia que lhe fui notando.
Ficamos nós, dos mais assíduos: o Engenheiro, a Dª Alice (com 92 anos, que não parece), o "Fala-barato", e uma outra senhora que poderia ser da família, pelas parecenças, do Tomaz de Figueiredo (alcunhava-a de "Tomázia") que hoje teve um comentário misterioso. Disse: "- Falou a foca!" E, ao mesmo tempo, sorriu com elegância. Eu não percebi o uso da frase mas, qualquer dia, ganho coragem e pergunto-lhe, com delicadeza, o que é que ela quis dizer com aquilo. Neste pequeno grupo de singela, e não expressa, solidariedade, é possível, de vez em quando, sermos curiosos, mesmo que, habitualmente, não dialoguemos uns com os outros.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O minhoto Tomaz de Figueiredo, e os cães


"...Literariamente, nasci livre. Abraçado a esta liberdade, minha luz e minha cruz, irei até que feche os olhos, se tiver quem mos feche. E penso ainda, questão de querer ( o mais custoso, a quem pode querer ), tornar-me lá à minha casa do Minho - hoje casa de fantasmas -, aos meus horizontes de rio e de penedos, aos meus limoeiros e laranjeiras, ao meu retiro entre buxos, à minha fonte só minha, ao meu silêncio que assombram vozes antigas. Lá, arranjar um perdigueiro, mas de raça, afeito a pensar, nem que por ele dê uns contos. Pategos, nem cães! E seja-me ele companheiro, fale-lhe e entenda-me, queira-me o afago na cabeça, conte-lhe doutros da sua raça, que em tempos lá preguiçaram às mesmas sombras e me acompanharam pelas mesmas serras, alguns que por lá deixaram descendência. Netos, hoje, em que grau? E levá-lo ainda comigo às perdizes e galinholas, ser digna dele, ainda, a minha espingarda. Primeiramente, conversaremos os dois, entender-me os olhares, contar-lhe que também precisei de morder, porque amei, que também eu tive uma vida de cão."

Tomaz de Figueiredo, final do prefácio do livro de novelas Vida de Cão .

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mercearias Finas 26 : vai um arroz de espigos com pataniscas de bacalhau?



Hoje, o almoço, vai ser "jaquinzinhos" com um arroz malandrinho de tomate. Mas, há dias, foram mesmo as pataniscas de bacalhau, estaladiças de bem fritas, acompanhadas de um belíssimo arroz de espigos ou netos de umas couves de Constância ( Tomaz de Figueiredo chama-lhe arroz de goldras, da sua Arcos-de-Valdevez). Quase esverdeado, estava o arroz pela cor dos espigos, e muito saboroso. Foram bem acompanhadas, as pataniscas e o arroz, por um branco Dona Ermelinda de 2009, das Terras do Sado. Que tinha, por si, Arinto, Chardonnay e Fernão Pires, sabiamente doseados pelo criativo enólogo Jaime Quendera. Este vinho branco foi medalhado, em Bruxelas, com ouro, e custa à roda de 5,00 euros - merece-os. Aliás, esta Casa Ermelinda Freitas, cujas vinhas crescem em Fernando Pó, é produtora de excelentes vinhos.
Mas, hoje e como disse no início, vão ser os "jaquinzinhos". E terão a companhia, modesta mas honesta, dum Dão branco Monástico (da UCB), à base da casta Encruzado, assim meio-fresco, não gelado. Bom apetite!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mercearias Finas 10 : Tomaz de Figueiredo e o arroz de goldras


Já aqui falei dele, em Fevereiro de 2010. Tomaz de Figueiredo, que nasceu a 6 de Julho de 1902 e faleceu em 1970, é um "gourmet" de palavras antigas e regionalismos minhotos, sobretudo. Saboreia-os, explica-os, usa-os com parcimónia e propriedade. O seu "Dicionário Falado", livro já póstumo, de 1970, é um bom exemplo disso e um repositório de curiosidades. Eu conhecia a expressão arroz de netos, mas ele dá-lhe um capítulo inteiro intitulado "O Arroz de Goldras". Aqui vai o início:
" Diz o rifão que, se quiseres o homem morto, dá-lhe couves em Agosto. Em Agosto, verdade, as couves andam tesas como fragas. Por acrescento, empardecidas, furadas do pulgão e da lagarta, passeadas e lambidas de aranhiços, feias: latas de flandres em que rói a ferrugem.
A planta perfeita deu quanto podia, e bota agora um fedor de tombar, o sabido cheiro a couves podres, logo que os primeiros barrufos do Outono entram de melá-la. O lavrador, porém, há milénios que observa e aprende, sabe muito. Sabe que ainda não morreu de todo a couve, que, moribunda, se despede oferecendo o melhor petisco, desde que lhe cortem a cabeça. E, a facão, o lavrador escota-a, deixa-a de torão decepado, esperando que abrolhe, que teime em viver, e ela desentranha-se em rebentos, doces e tenros, que são petisqueira, feitos de arroz malandro, esse que foge pelo prato fora, caldoso, esse que se diz «a fugir para a horta».
Anunciava-me às vezes minha mãe, para me fazer levantar da cama: «Olha que temos arroz de goldras
Quem me dera saber, mas passa o que não sei milhentas vezes o que julgo saber, donde vem isso de goldras, palavra comum e de cotio em Arcos de Valdevez, embora ao dito arroz também lá se chame de espigos e de netos.
Alcança-se que os rebentos, os espigos do torão das couveiras se chamam netos, aceitando, o que aceitamos, que foram as folhas os filhos da mesma couveira. Mas isso de goldras...
Esfoliei já dicionários, e nada, não conhecem as goldras. Por vezes, sabem os dicionários ainda menos que um - apre, que analfabetos! - e outras, frequentes, dão raia. ..."

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tomaz de Figueiredo



Nunca lhe falei, mas ouvi-o de perto - voz rouca ou áspera, rosto queimado ou moreno intenso. Ao fundo, no canto esquerdo, depois do jantar ia tomar o café à "Pastelaria Ceuta", na Avenida da República: Lisboa, anos 60. Esperava ou esperavam-no a Maria do Céu Guerra (1943), ainda não conhecida como actriz, e o Mendes de Carvalho (1927-1988), poeta já publicado. Ela sardenta (?), ele, de barba cerrada e pele muito branca, contrastavam com o moreno acentuado de Tomaz de Figueiredo (1902-1970) e por lá ficavam discreteando, mais o escritor do que o casal jovem que lhe fazia companhia. Verdadeiramente, só o li mais tarde, a este bracarense ilustre que vem da linhagem de um Camilo e de um Aquilino, embora menos dotado, mas com o mesmo amor à língua portuguesa. Por isto se me fêz referência incontornável, com os seus profundos conhecimentos do linguajar minhoto, a mim que o sou apenas de adopção. De Tomaz de Figueiredo, ao "Nó Cego" e "Dom Tanas de Barbatanas", prefiro, sem dúvida, os contos de "Tiros de Espingarda" ou o inclassificável, mas bem pitoresco "Dicionário Falado" em que, através das memórias minhotas da infância, vai explicando termos e palavras (quase) perdidos no tempo. Para se ver - quem não conheça - o estilo do Autor, aqui vai um "cheirinho" do "Dicionário Falado", publicado postumamente em Dezembro de 1970.

"Neste caso, o que nem sempre acontece, a razão da palavra entende-a à primeira todo o provinciano, maiormente caçador, se lhe forem os cães companhia, tanta vez derradeira família, de quem já só receberia amor.

Visual e sonora, vem a razão do beber dos cães. Língua de fora, lingua de colher, lape-lape, «lapam» os cães, em três tempos, um panelão de caldo. Para «lapar», com a sabida fome canina, eles! E até o que nem se esperaria «lapam», os «lapadores»!

Da canzoada lá da minha casa constou um diabo de cão, linda pinta, espetada orelha, pelagem de avelã, mas um morcão, um pastelão, que só comia, dormia e amava, que apenas para ofício de corpo presente levávamos ao monte. Maus narizes decerto: a esgana, em cachorro, lhos secaria, coisa de que desconfiava o «Marquês», curador de gado e outros animais, que, com o Armada, o Tinente e o Mata-Leões, também desfechava a escopeta de fósforo em coelhadas pelas bouças da Toca..."