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domingo, 13 de agosto de 2017

Mercearias Finas 125


Quase todos anos, espontâneas, por Agosto, florescem as beldroegas, na floreira das sardinheiras da varanda a Leste. Oferenda generosa da Natureza ou, mais realisticamente, fruto, trazido pelo vento, ou por algum pardalito que, em aflição, ali se tivesse aliviado, deixando algumas sementes, que vieram a germinar na terra desocupada e limpa de vegetação.
Sopa de pobres, enriquecida, por quem pode, de alguns primores que lhe dão mais gosto: queijinhos frescos daqueles rústicos e bons, ovos amarelíssimos na gema de galinhas de campo criadas à solta, e uma cabeça inteira daqueles alhos pequenos, terrunhos e nacionais. Cebolas e batata, cortadas em rodelas finas. As fatias de pão, para acompanhar, convém que sejam do melhor. Assim se faz uma sopa substancial e saborosa.
De nome científico, a planta: Portulaca aleracea, assim mesmo.
Ora, para este caldinho rústico, o único trabalho estrénuo é ter que separar as folhas tenras dos talos suculentos das beldroegas. E isto demora o seu tempo, se for feito como deve ser. Mas a debulha compensa.



Em nome da simplicidade, abriu-se um Dão branco Monástico 2016, da UCB, com 12º e sem pretensões de maior. Não fora, talvez, um ligeiro excesso de Malvasia-Fina no lote, que o adamou demasiado, e teria sido o acompanhante perfeito. Mesmo assim, não desmereceu. Isto, de escolher o vinho certo e ajustado a uma refeição, tem muito que se lhe diga...



Após cerca 25 minutos de cozedura da sopa de beldroegas, e cortado o pão escuro de centeio, a refeição estava pronta. De tão substancial, que era, dispensámos a sobremesa. Para o ano há mais, se a Natureza quiser fazer-nos o obséquio...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Recomendado : quarenta e sete - Prova dos 9, branco, 2012


Da casta Síria, gabo-lhe o gosto, acidulado e fresco.
As cepas abundam pelo interior, em metamorfose de nome que, no Alentejo, se crismou de Roupeiro e Crato Branco, no Algarve. E há quem diga que é a mesma, a Códega duriense. Até tanto não vou eu... porque a experiência e conhecimentos não me levam tão longe. Mas asseguro que é nas terras do Dão que a nobre casta Síria produz brancos de uma acidez singular, levemente agreste, mas muito saborosa.
Eu conhecia-a, estreme, dos brancos da Quinta do Cardo (regional Beiras), e pouco mais, na zona. Mas os vinhos não têm grande distribuição - parece-me. Felizmente, e em boa hora, a UCB (União Comercial da Beira) resolveu lotá-la, neste Prova dos 9, com o Encruzado e a Malvasia Fina, num conjunto harmonioso, em que a Síria mantém sabor predominante. O preço, nem se acredita, aliado à promoção que o acompanha numa cadeia popular de pequenas superfícies, que nem sei se irá durar muito...
O vinho acompanha, lindamente, uns filetes de pescada ou, mesmo, um arroz de polvo, caldoso e malandrinho, bem como outros peixes finos, que venham à mesa. Fica a recomendação amiga.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mercearias Finas 26 : vai um arroz de espigos com pataniscas de bacalhau?



Hoje, o almoço, vai ser "jaquinzinhos" com um arroz malandrinho de tomate. Mas, há dias, foram mesmo as pataniscas de bacalhau, estaladiças de bem fritas, acompanhadas de um belíssimo arroz de espigos ou netos de umas couves de Constância ( Tomaz de Figueiredo chama-lhe arroz de goldras, da sua Arcos-de-Valdevez). Quase esverdeado, estava o arroz pela cor dos espigos, e muito saboroso. Foram bem acompanhadas, as pataniscas e o arroz, por um branco Dona Ermelinda de 2009, das Terras do Sado. Que tinha, por si, Arinto, Chardonnay e Fernão Pires, sabiamente doseados pelo criativo enólogo Jaime Quendera. Este vinho branco foi medalhado, em Bruxelas, com ouro, e custa à roda de 5,00 euros - merece-os. Aliás, esta Casa Ermelinda Freitas, cujas vinhas crescem em Fernando Pó, é produtora de excelentes vinhos.
Mas, hoje e como disse no início, vão ser os "jaquinzinhos". E terão a companhia, modesta mas honesta, dum Dão branco Monástico (da UCB), à base da casta Encruzado, assim meio-fresco, não gelado. Bom apetite!