Das suas crónicas jornalísticas reeditadas em livro ("Passos Perdidos", Portugália, 1967?), João de Araújo Correia (1899-1985) começa assim a primeira: "Aquilino Ribeiro é meu vizinho de além do rio..."
Médico, que exerceu em Peso da Régua, Araújo Correia é conhecido e classificado, muitas vezes, como um escritor regionalista, de Trás-os-Montes. O que, de algum modo, é um labéu ou maldição. Como foi para Tomaz de Figueiredo, que centrou boa parte da sua obra no Minho. Ou Loureiro Botas que tomou à sua conta o Litoral (Centro). Fugiu um pouco à sina, Aquilino Ribeiro, apesar das Beiras serem o cenário de muitos dos seus romances e novelas.
Em qualquer dos quatro escritores referidos, os regionalismos são frequentes, sendo a sua riqueza e a sua marca de água. Mas, talvez, também a sua maldição: parece que apressam o seu esquecimento...
Eu fiz os meus estudos secundários na Escola João de Araújo Correia, que para muitos de nós continua vivo e recordado. Sei que não é dado a essas coisas do Facebook, mas, por curiosidade, sugiro quer vá espreitar a página da Tertúlia JAC (https://www.facebook.com/tertulia.jac). Em troca, sugeri nessa página uma consulta ao Arpose, que aquilo é malta de bom gosto.
ResponderEliminarO que faz com que um escritor não seja, de todo, esquecido?
EliminarTenho, para mim, que são, entre outras, três coisas: continuar a ser falado, lido e reeditado. O que será, de algum modo, um bom princípio para vir a tornar-se um "clássico". Os programas escolares de ensino também poderão ser um indício e uma boa ajuda, na sua divulgação e "perpetuidade".
Apesar do que refere, tenho a suspeição de que Araújo Correia continua a ser conhecido, sobretudo, a nível regional. Dos quatro escritores (regionalistas) que citei, penso que apenas Aquilino vai vencer o tempo...
Por falar em reedição, a Tertúlia, em parceria com a editora Âncora, acaba de reeditar os CONTOS BÁRBAROS. Está disponível no circuito comercial.
Eliminar(Publicidade no Arpose: ao que isto chegou).
É por bem e, por isso, está desculpado..:-)
EliminarE eu gosto dos escritores ditos "regionais", contam coisas que os da Capital, raramente, sabem...
Gosto dos livros de JAC. Nunca li este de crónicas, mas li Os Contos bárbaros.
ResponderEliminarEsse, eu não li.
EliminarBoa tarde!
(O próprio Aquilino respondia a isso do escritor regionalista, cito de cor, “como se houvesse região nesta fita de terra e tudo não fôsse a mesma parvalheira, Chiado e Freixo de Espada à Cinta, a rua dos Clérigos no Porto e a rua das Fangas em Braga”)
ResponderEliminarE disse bem...
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