sábado, 1 de novembro de 2014

À tarde, e em sequência de leitura


Com o tempo ameno que fez hoje dediquei uma pequena parte da tarde, na varanda, ao prosseguimento da leitura do segundo volume de "Guerra e Paz", de Leão Tolstoi. Cheguei até à página 230, um pouco depois da narração do início da invasão da Rússia, pelos exércitos de Napoleão, no Verão de 1812.
Como em qualquer romance, a obra tem pontos altos e de maior movimento, e momentos de distensão ou transição, em velocidade e ritmo de cruzeiro, onde cabem também algumas reflexões do autor. Em relação a estes últimos e abordando as razões múltiplas e absurdas da guerra, Tolstoi, metaforicamente, escreveu:

"...A maçã cai da árvore quando está madura. Porquê? Será porque é atraída para a terra, será porque seca o pequenino pedículo que a sustenta, será porque o sol a amadurece, porque se torna mais pesada, porque o vento a sacode, ou porque o garoto que está debaixo da árvore a quer comer?
Nada é uma causa, tudo é apenas concordância daquelas condições em que se realiza cada acontecimento vital, orgânico, elementar; e o botânico, ao explicar-nos que a maçã cai porque o tecido que a constitui se decompõe, tem tanta razão como o rapaz debaixo da árvore ao dizer que a maçã caiu porque ele queria comê-la e tinha rezado para que isso acontecesse. ..." (pgs. 218/9).

2 comentários:

  1. Essa leitura parece estar a ser, para si, uma espécie de purgatório. :)

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    1. A prossecução do objectivo a que me propus tem, em si, a marca de alguma satisfação..:-) E há passagens de "Guerra e Paz" que li com prazer, muito embora o tom geral e cenário envolvente me diga pouco, do ponto de vista humano.
      Bom dia!

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