Este Cantar é, para mim, emocionante. O seu conhecimento e a sua intuição levaram-na na direcção certa, porque, segundo informação amiga, este hino "é inspirado em «Nel Pozu Maria Luisa», canto anarquista dos mineiros das Astúrias, durante a Guerra Civil Espanhola". Bom dia!
Só faltam as bandeiras vermelhas com as foices e os martelos! Gosto do Alentejo e das suas gentes, gosto da sua cultura, gosto das suas vilas e cidades, gosto das suas paisagens, o que me mete pena é a política que onde entra subverte e conspurca tudo. Gosto do canto alentejano, mas basta ouvir palavras ou frases com teor político para logo desligar! Sou daquelas pessoas cansadas de políticos e de política, cansado de fascistas, cansado de comunistas, cansado de direitas e de esquerdas, cansado de primeiros ministros e de presidentes da república, cansado de monárquicos e de lutadores do proletariado, cansado de gente que onde vê algo de belo como o canto alentejano ou outra coisa qualquer, mete-lhe logo a política, aproveita logo isso para usar como uma bandeira política.
A política é, à partida, um exercício nobre, muito embora possa ser desvirtuado pelos seus executores. Para quem nasceu num período de cerceamento de liberdades, até o próprio primeiro direito de voto (1969) constituiu um privilégio e uma alegria cívica - que os nascidos post-25 de Abril não conseguirão compreender, inteiramente. Os tempos negros não justificam a omissão e, muito menos, a desistência, porque não podemos perder de vista o essencial. Intervir é humano e éticamente necessário, a frieza do pensamento a isso nos obriga.
Não existe nobreza na política. Só nos livros, não na pratica. Na pratica esta é subvertida pela hipocrisia e falsidade, porque quando alguém nobre entra nela, ou sai logo ou fica numa posição marginal, ou se fica muito tempo é subvertido. Existem claro conquistas que vieram garantir uma maior liberdade às pessoas, como o direito de votar e poder com isso escolher aqueles que querem que os representem. Mas nobreza na politica, como disse só na teoria, na pratica não. Nasci em 63, num bairro de lata, no seio de uma família muito pobre, sei o que é pobreza e o que são dificuldades, e isso não me toldou a compreensão, não me deu aversão a todos aqueles que têm riqueza, sei ver com clareza quem realmente passa dificuldades daqueles que apenas perderam mordomias e privilégios, e sou também capaz de ver com clareza a falsidade e hipocrisia de muitos que se dizem defensores dos pobres e oprimidos quando na realidade nunca fizeram nada por eles, nunca criaram uma empresa para dar trabalho às pessoas, a única coisa que lhes interessa é assegurar o lugar de deputado na assembleia que lhes dá um bom ordenado e muitas regalias. Acreditar que na politica existe nobreza é deixarmo-nos levar um pouco pela ingenuidade. Existe nobreza em muitos lados sim, onde existe sacrifício de uns em favor dos outros, não na politica não existe ninguém que se sacrifique, não tenho conhecimento que algum dia tenha existido um politico (pelo menos em Portugal) que tenha dado a sua fortuna pessoal para ajudar os outros, pelo contrario, são eles que enriquecem. E existe uma hipocrisia e falsidade tremenda, não me esqueço que este governo atual propôs logo no inicio do seu mandato um corte nos ordenados de todos os deputados, e todos eles ou na sua maioria, da esquerda à direita não aprovaram dizendo que isso era populismo etc. E a hipocrisia e falsidade é tanto maior quanto são aqueles que se dizem os maiores defensores dos pobres, ou seja, o partido comunista e o bloco de esquerda. Outra grande hipocrisia e falsidade está quando o PS acusa o atual governo de não ter diminuído a despesa publica, quando esta aumentou em muito devido aos empréstimos e juros a pagar pelo dinheiro que veio do exterior para evitar a bancarrota, causada por eles próprios. E não não estou a defender este governo ou os partidos que o representam, estou a defender a verdade, que está acima de qualquer cor politica ou de qualquer governo, seja de direita ou de esquerda. Defendo a verdade. E a verdade, é que neste momento, o atual governo com todas as suas imperfeições e erros cometidos, ainda mesmo assim consegue ser o mal menor. E não o digo como elogio a estes, digo-o com pena.
Estando, como estou, na idade das dúvidas (do meu ponto de vista, a juventude é a idade das certezas), a primeira frase deste seu longo comentário (repetida depois, ao longo do texto) incomoda-me pelo seu dogmatismo totalitário. Criar uma empresa não é, à partida, uma forma de solidariedade, nem ser deputado (ou ministro) é unica maneira de fazer política. Qualquer ser humano a pode exercer, mesmo em actos mínimos, do dia a dia. Falar de não ter nenhum político "que tenha dado a sua fortuna pessoal para ajudar os outros", parece-me uma ideia bizarra e excessivamente primária. Mas muito do progresso da Humanidade se deve a políticas corajosas e reformistas levadas a cabo por homens (políticos) clarividentes e solidários.
(A descrença é um apanágio da nossa época, talvez pelo escrutínio mediático feroz e por um maniqueismo perverso. Religião, Política, Magistratura...grande parte das instituições estão abaladas e desacreditadas. Mas há excepções, em todas, de executores responsáveis e dignos. Não é bom meter tudo no mesmo saco.)
"dogmatismo totalitário" atribui às minhas palavras ... :) das duas uma, ou não percebeu nada do que eu disse, ou então percebeu muito bem, mas à boa maneira da política subverteu-as, mudando-lhe o sentido. No fundo é disto que eu falo, e é disto que estou cansado.
A frase "Não existe nobreza na política." não me permite segundas leituras. Mas queria esclarecer, abreviando, que, neste poste, eu quis apenas e só congratular-me com a decisão da Unesco. E deixar, em arquivo do Arpose, este belíssimo hino. Mais nada. Boa noite.
Maravilha! Lembrou-me algumas canções espanholas da Guerra Civil.
ResponderEliminarPois isto não é cante alentejano, que se arrasta numa moleza muito mole...
ResponderEliminarMas claro que fiquei contente por ter sido classificado.
Este Cantar é, para mim, emocionante.
EliminarO seu conhecimento e a sua intuição levaram-na na direcção certa, porque, segundo informação amiga, este hino "é inspirado em «Nel Pozu Maria Luisa», canto anarquista dos mineiros das Astúrias, durante a Guerra Civil Espanhola".
Bom dia!
Só faltam as bandeiras vermelhas com as foices e os martelos! Gosto do Alentejo e das suas gentes, gosto da sua cultura, gosto das suas vilas e cidades, gosto das suas paisagens, o que me mete pena é a política que onde entra subverte e conspurca tudo. Gosto do canto alentejano, mas basta ouvir palavras ou frases com teor político para logo desligar! Sou daquelas pessoas cansadas de políticos e de política, cansado de fascistas, cansado de comunistas, cansado de direitas e de esquerdas, cansado de primeiros ministros e de presidentes da república, cansado de monárquicos e de lutadores do proletariado, cansado de gente que onde vê algo de belo como o canto alentejano ou outra coisa qualquer, mete-lhe logo a política, aproveita logo isso para usar como uma bandeira política.
ResponderEliminarBom dia. JV
A política é, à partida, um exercício nobre, muito embora possa ser desvirtuado pelos seus executores. Para quem nasceu num período de cerceamento de liberdades, até o próprio primeiro direito de voto (1969) constituiu um privilégio e uma alegria cívica - que os nascidos post-25 de Abril não conseguirão compreender, inteiramente.
EliminarOs tempos negros não justificam a omissão e, muito menos, a desistência, porque não podemos perder de vista o essencial. Intervir é humano e éticamente necessário, a frieza do pensamento a isso nos obriga.
Não existe nobreza na política. Só nos livros, não na pratica. Na pratica esta é subvertida pela hipocrisia e falsidade, porque quando alguém nobre entra nela, ou sai logo ou fica numa posição marginal, ou se fica muito tempo é subvertido. Existem claro conquistas que vieram garantir uma maior liberdade às pessoas, como o direito de votar e poder com isso escolher aqueles que querem que os representem. Mas nobreza na politica, como disse só na teoria, na pratica não. Nasci em 63, num bairro de lata, no seio de uma família muito pobre, sei o que é pobreza e o que são dificuldades, e isso não me toldou a compreensão, não me deu aversão a todos aqueles que têm riqueza, sei ver com clareza quem realmente passa dificuldades daqueles que apenas perderam mordomias e privilégios, e sou também capaz de ver com clareza a falsidade e hipocrisia de muitos que se dizem defensores dos pobres e oprimidos quando na realidade nunca fizeram nada por eles, nunca criaram uma empresa para dar trabalho às pessoas, a única coisa que lhes interessa é assegurar o lugar de deputado na assembleia que lhes dá um bom ordenado e muitas regalias. Acreditar que na politica existe nobreza é deixarmo-nos levar um pouco pela ingenuidade. Existe nobreza em muitos lados sim, onde existe sacrifício de uns em favor dos outros, não na politica não existe ninguém que se sacrifique, não tenho conhecimento que algum dia tenha existido um politico (pelo menos em Portugal) que tenha dado a sua fortuna pessoal para ajudar os outros, pelo contrario, são eles que enriquecem. E existe uma hipocrisia e falsidade tremenda, não me esqueço que este governo atual propôs logo no inicio do seu mandato um corte nos ordenados de todos os deputados, e todos eles ou na sua maioria, da esquerda à direita não aprovaram dizendo que isso era populismo etc. E a hipocrisia e falsidade é tanto maior quanto são aqueles que se dizem os maiores defensores dos pobres, ou seja, o partido comunista e o bloco de esquerda. Outra grande hipocrisia e falsidade está quando o PS acusa o atual governo de não ter diminuído a despesa publica, quando esta aumentou em muito devido aos empréstimos e juros a pagar pelo dinheiro que veio do exterior para evitar a bancarrota, causada por eles próprios. E não não estou a defender este governo ou os partidos que o representam, estou a defender a verdade, que está acima de qualquer cor politica ou de qualquer governo, seja de direita ou de esquerda. Defendo a verdade. E a verdade, é que neste momento, o atual governo com todas as suas imperfeições e erros cometidos, ainda mesmo assim consegue ser o mal menor. E não o digo como elogio a estes, digo-o com pena.
ResponderEliminarCumprimentos. JV
Estando, como estou, na idade das dúvidas (do meu ponto de vista, a juventude é a idade das certezas), a primeira frase deste seu longo comentário (repetida depois, ao longo do texto) incomoda-me pelo seu dogmatismo totalitário.
EliminarCriar uma empresa não é, à partida, uma forma de solidariedade, nem ser deputado (ou ministro) é unica maneira de fazer política. Qualquer ser humano a pode exercer, mesmo em actos mínimos, do dia a dia. Falar de não ter nenhum político "que tenha dado a sua fortuna pessoal para ajudar os outros", parece-me uma ideia bizarra e excessivamente primária.
Mas muito do progresso da Humanidade se deve a políticas corajosas e reformistas levadas a cabo por homens (políticos) clarividentes e solidários.
Conhecia esta música que acho muito bonita. Não me recordo onde a ouvi.
ResponderEliminar(Também não acredito na política e nos políticos. Neste momento, em nenhum! )
Boa noite!
(A descrença é um apanágio da nossa época, talvez pelo escrutínio mediático feroz e por um maniqueismo perverso. Religião, Política, Magistratura...grande parte das instituições estão abaladas e desacreditadas. Mas há excepções, em todas, de executores responsáveis e dignos. Não é bom meter tudo no mesmo saco.)
EliminarBoa noite!
"dogmatismo totalitário" atribui às minhas palavras ... :) das duas uma, ou não percebeu nada do que eu disse, ou então percebeu muito bem, mas à boa maneira da política subverteu-as, mudando-lhe o sentido. No fundo é disto que eu falo, e é disto que estou cansado.
ResponderEliminarBoa noite.
A frase "Não existe nobreza na política." não me permite segundas leituras.
EliminarMas queria esclarecer, abreviando, que, neste poste, eu quis apenas e só congratular-me com a decisão da Unesco. E deixar, em arquivo do Arpose, este belíssimo hino. Mais nada.
Boa noite.