domingo, 16 de novembro de 2014

Uso Pessoal 10


A lenda do chinês das gravatas


Chinês.

A paciência de vender da gravata
até à última.

Chinês.

A paciência de caçar da mosca
até à última.

Chinês.

Fúngala! Fúngala!

Dizíamos nós, meninos,
esfregando o nariz entre o médio e o indicador,
enquanto saltitávamos em torno do chinês das gravatas,
numa grande assuada.

Fúngala! Fúngala!

E então ele saiu de Portugal, voltou à China
e caçou da mosca até à última.


Gostei, e ainda gosto muito de gravatas. Só que hoje já as não uso, a não ser em funerais, uma preta, que não consta da imagem abaixo. Mas já tive à volta de 50; agora terei cerca de uma dúzia.
Para se compreender melhor o poema de Alexandre O'Neill, transcrito acima, será preciso lembrar que, em Portugal, em meados do século passado, havia vendedores ambulantes de gravatas. Os preços delas oscilavam entre Esc. 7$50 e 15$00. E, em Coimbra, no início dos anos 60, havia, pelo menos, 2 chineses (macaístas?) que vendiam gravatas pelas ruas e cafés. Lembro-me que comprei algumas por lá. Hoje, os chineses já não devem vender gravatas, mas compram edêpês...
E aqui fica, em seguida, um pequeno mostruário selecionado, em imagem, de quatro  das poucas gravatas que ainda tenho, mas rarissimamente uso.




2 comentários:

  1. Ainda me lembro dos chineses a venderem gravatas na Baixa.

    Compram EDePes e andares na Expo. :( E têm frutarias... :)

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    1. ...frutarias, vistos "Gold" e abrem, na Baixa, lojas de venda de venerinhas de Fátima e de galos de Barcelos...

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