A Diogo Bernardes
Neste começo d'ano em tam bom dia,
tam claro, por que não faleça nada,
me foi da vossa parte apresentada
vossa composição, boa à porfia.
De que espanto me encheu quanto ali via!
E mais em parte cá tam desviada
sempre até'gora da direita estrada
de Clio, de Calíope e Talia.
Oh! que enveja vos hei a esse correr
pola praia do Lima abaixo e arriva,
que tem tanta virtude de esquecer!
O que estes tristes corações aliva
do pesar igualmente e do prazer
passado, que não quer que inda homem viva.
Nota: texto fixado por M. Rodrigues Lapa (1942).
«Horas breves de meu contentamento,
ResponderEliminarNunca me pareceu quando vos tinha,
que vos visse tornadas tão asinha
em tão compridos dias de tormento.
(...)»
Não devia ser este... :-) Bom Ano, APS!
Obrigado pelos votos amigos, c.a..
ResponderEliminarNão sendo dos melhores sonetos de Sá de Miranda, gosto particularmente do "correr/ pola praia do Lima abaixo e arriva" pela frescura e leveza da imagem.
Creio que fui demasiado sucinta no meu comentário :-) Referia-me ao facto de Sá Miranda ter dedicado este soneto à «composição, boa à porfia», de Diogo Bernardes. Creio que o soneto mais conhecido de Diogo Bernardes é o «Horas breves de meu contentamento...», praticamente igual a um outro, de Camões...
ResponderEliminar