sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Miscelânea lisboeta


De repente, tudo se vai ajustando à lenga-lenga. E até pode sentar-se o romeno na mesa ao lado, na esplanada, e saborear os restos já frios da Carne de porco à alentejana, em rápidas garfadas sôfregas - e sem bebida. Jardineiro durante anos, na Quinta da Marinha, um acidente na perna (diz e mostra) obrigou-o a vender "O Seringador" e acendedores de gás de fogão, pelas ruas de Lisboa. Pelas avenidas de Timisoara, ainda deve estar a nevar, mas aqui o sol bate nas costas com a força de uma primavera antecipada.
Quatro ou cinco ninfetas chilreantes vem quase dançantes pela berma do passeio. Gritam espavoridas, quando um esquadrão de pombos (que levantaram sabe-se lá de onde) lhes faz sobre os cabelos soltos um voo rasante e agressivo. Alguém lhes diz a rir: "Então, agora, as meninas têm medo das pombas da cidade?!" E elas riem também, perdendo o medo juvenil. Cantarolando, começam a correr até ao cruzamento. Ou em direcção à Primavera.

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