Lembro-me de alguns, pela imagem que davam de si. E, em quase todos eles havia, pelo menos, uma respiração de dignidade. Até nos salazaristas estadonovenses (o pequenino Carmona marechal, o Craveiro Lopes sagitário nítido, o marujo Thomaz) havia, pelo menos aparentemente, noção de Estado e respeitabilidade. Quanto a números, e em público, só o marinheiro Américo, às vezes, os referia. Para dizer a quantidade de visitas que fizera a uma terra, ou os quilómetros que tinha percorrido. E, para trás, desde a República, houve sempre figuras singulares: Teófilo Braga, o "cartolinhas" Machado, Teixeira Gomes, para só citar os melhores; mas, também, nos outros, houve sempre uma linhagem moral exemplar, uma atitude humanista, uma figura culta, respeitável, digna de seguir. Representavam Portugal no seu melhor.
Depois do 25 de Abril: Spínola, Costa Gomes, Eanes, Soares e Sampaio não desmereceram, quase nunca, a galeria dos nossos melhores.
Eu, que sou minhoto de adopção, não tenho nada contra o reino dos Algarves nem contra os algarvios. Mas, depois de Teixeira Gomes (para mais nativo do meu signo astrológico), este algarvio de Boliqueime tem-me envergonhado imenso, ao longo do seu exercício público medíocre. Até faz contas, em frente às câmaras de televisão, em prestações miserabilistas e mesquinhas... Que são só 10.000,00 euros o que recebe (como saloio sonso "esqueceu-se" de referir as despesas de representação da Presidência da República), mais os 800,00 de reforma da D. Maria.
Eu acho que não merecia isto - até porque não votei na criatura. Com benevolência cristã, acho que este PR poderia ser um eficiente contabilista de uma PME de província. Mas não mais do que isso.
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