Não sei se existe alguma obra de fôlego sobre a meritória actividade dos cine-clubes em Portugal, nos anos 50, 60, 70 do século passado... Ou se haverá trabalhos académicos ou teses universitárias sobre o assunto - é bem possível que sim, mas não os conheço. O que sei é que estes cine-clubes contribuíram para a formação do gosto, estético e não só, para o despertar cívico e político de muitas gerações. E eram focos de irradiação cultural em muitas cidades de província.
Pertenci a dois: o Cine-Clube de Guimarães e o C.C.C. (Cine-Clube Católico) de Lisboa. Neste último pontificava João Bénard da Costa, com o conhecimento e competência que todos reconhecíamos. Havia sessões semanais de filmes escolhidos. Em Guimarães, à noite, em Lisboa, ao fim da tarde, no Jardim Cinema, na Av. Álvares Cabral. Se, em muitos casos, havia estratégias políticas na programação, também é certo que a actividade dos cine-clubes portugueses foi extremamente útil na formação de mentalidades esclarecidas e solidárias.
Cada sessão de cinema era sempre acompanhada de pequenos folhetos com textos explicativos e respectivas fichas técnicas dos filmes a exibir. Mostram-se, em imagem, 4 capas do Cine-Clube de Guimarães, que tinham uma tiragem de 750 exemplares. O que dá bem a ideia do número aproximado dos sócios da colectividade, numa cidade de província.
Fui a algumas sessões do Cine Clube Universitário de Lisboa (CCUL) que funcionava no IST - parece-me; esta minha memória...
ResponderEliminarAgora que fala no CCUL, também me lembrei, mas julgo que nunca fui às sessões.
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